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Renan Calheiros (PMDB-AL) e Luiz Henrique (PMDB-SC), candidatos à presidência do Senado |
GABRIELA GUERREIRO - UOL
Com o apoio de líderes de sete partidos, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) oficializou nesta sexta (31) sua candidatura à presidência do Senado.
O congressista prometeu manter seu nome na disputa mesmo que o PMDB escolha oficialmente Renan Calheiros (PMDB-AL) como candidato da sigla ao comando da instituição.
Caso a bancada peemedebista escolha Renan, em reunião marcada para esta tarde, Luiz Henrique sairá como candidato "avulso" para enfrentar o atual presidente do Senado. O peemedebista se apresentou como candidato da "mudança", capaz de retirar as "forças políticas" que há mais de 40 anos se revezam no comando do Senado.
"Há 45 anos o mesmo grupo se eterniza na direção desta Casa. Nós vamos democratizar o Senado. Faremos uma gestão participativa, descentralizada, colegiada. Vamos ter um outro Senado", disse Luiz Henrique.
Apesar de o peemedebista anunciar o apoio de PSDB, DEM, PSB, PDT, PP, PPS e PSOL à sua candidatura, os líderes dos partidos admitem que nem todas as siglas vão apoiar Luiz Henrique de forma unânime –até porque a votação é secreta.
"Se não pela unanimidade, estamos aqui pela maioria expressiva desses partidos", disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).
O líder do PP, Benedito de Lira (AL), adversário de Renan no Estado, reconheceu que ainda vai manter conversa com os demais integrantes do PP para garantir apoio a Luiz Henrique. O mesmo cenário ocorre no PDT e PSDB. Os aliados do peemedebista contabilizam cerca de 45 votos para o candidato, o que garantiria sua vitória à presidência do Senado.
DISSIDENTES
Além dos líderes sete siglas, o grupo "dissidente" do PMDB também apoia a candidatura de Luiz Henrique, como os senadores Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Waldemir Moka (PMDB-MS). "Nosso projeto não está submetido a essa lógica [do PMDB]. Vamos submeter o nome do senador Luiz Henrique ao plenário", disse Ferraço.
De olho no apoio do PT à sua candidatura, Luiz Henrique prometeu reservar a primeira vice-presidência do Senado ao partido, caso seja eleito. Como o PT reúne a segunda maior bancada da Casa, é tradição no Senado que fique com o segundo cargo mais importante da Mesa Diretora, depois da presidência.
O Planalto pressiona o PT para apoiar Renan, fiel aliado do governo, mas Luiz Henrique disse não acreditar na influência do governo na disputa. "Eu não senti nenhum sinal disso. O Planalto sabe como nós agimos", disse o candidato.
PROMESSAS
Ao lançar sua candidatura, Luiz Henrique disse que seu primeiro ato no comando da instituição será reunir-se com a presidente Dilma Rousseff para declarar a independência do Senado frente ao Palácio do Planalto.
"Vou dizer à presidente da República que a presidência [do Senado] não é subserviente, nem antagônica. Vamos estabelecer diálogo com o governo federal", afirmou.
O peemedebista também prometeu aprovar a reforma política até o meio deste ano, assim como ampliar o diálogo com a Câmara. "Não haverá mais hiato entre Câmara e Senado. Só faremos as reformas se estivermos articulados." Outra promessa de Luiz Henrique é modernizar o regimento do Senado, com as regras que regem a Casa, para "democratizar" a instituição.