sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Aécio: 'Hoje está claro que a mentira venceu a eleição'

Veja


Senador afirma que maus resultados da economia são atestado de falência do governo Dilma. E que mais pobres pagarão pela incompetência do Planalto



O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, em Brasília - 30/01/2015
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, concedeu entrevista coletiva, em Brasília - 30/01/2015(PSDB/Divulgação)
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), falou nesta sexta-feira sobre os maus resultados da economia brasileira e o escândalo de corrupção da Petrobras, que resultou nesta manhã no rebaixamento da nota de crédito da estatal pela agência de risco Moody's. Segundo ele, os resultados negativos das contas do setor público são um "veneno" oriundo da "irresponsabilidade" do governo Dilma na área econômica.
Ao chegar a uma reunião com a bancada tucana no Congresso, Aécio afirmou: "O que estamos assistindo no dia a dia é o atestado absoluto de falência do governo. Um governo que não tem sequer a hombridade, a dignidade de reconhecer os seus erros, que não se julga no dever de explicar à população brasileira o que o Brasil de hoje é tão diferente do Brasil cantado em verso e prosa na campanha eleitoral poucos meses atrás". E prosseguiu: "Tudo que denunciamos durante a campanha eleitoral hoje aparece para a população brasileira de forma absolutamente cristalina. Seja com relação aos dados da economia, aos dados fiscais do governo, seja com relação à corrupção na Petrobras, às denúncias cada vez mais graves em relação aos desvios nos fundos de pensão e no BNDES. Portanto, cada vez mais vai ficando claro que quem venceu as eleições foi a mentira".
O últimos dados do Banco Central revelam que em 2014 as contas do setor público registraram déficit primário pela primeira vez desde 2001, quando começou a atual série histórica. Isso significa que os gastos do governo central, Estados, Municípios e empresas estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras, ultrapassaram as receitas em 32,5 bilhões de reais, quantia que representa 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB). "O que estamos percebendo agora de forma clara é que o governo não priorizou o Brasil. Priorizou as eleições. Medidas que agora estão sendo tomadas, se tivessem sido tomadas de forma responsável ao longo do ano passado, certamente minimizariam os efeitos para a população brasileira", afirmou Aécio em Brasília. "Certamente quem vai pagar a conta da incompetência e da irresponsabilidade do governo Dilma são os mais pobres", emendou o tucano.
Na análise dele, o modelo econômico do atual governo tem causado impactos diretos no bolso dos cidadãos. "A receita do atual governo é fazer o ajuste pelo aumento de imposto por um lado e a supressão de direitos trabalhistas por outro. Essa não é a receita do PSDB", ressaltou. O presidente do PSDB também comentou sobre o rebaixamento de todas as notas de crédito da Petrobras. Em meio às denúncias de corrupção, a Agência Moody's rebaixou de novo ratings da estatal, pela terceira vez em quatro meses, sinalizando outra possível revisão no futuro.
"É uma vergonha. Destruiriam a nossa maior empresa e não tiveram sequer a capacidade de, reconhecendo os desvios, minimizar as perdas. Hoje a perda de grau de investimento feita pela Moody's é uma sinalização clara de como o mundo vê o Brasil e não é só a Petrobras. Infelizmente, o Brasil hoje está provando o veneno de um governo que agiu irresponsavelmente ao longo dos últimos anos", afirmou. O tucano também, assim como outros líderes do partido, defendeu a recriação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar os desvios ocorridos na Petrobras, hoje investigados pela força-tarefa da Lava Jato.
"Devemos centrar fileira para imediatamente nesta semana colher as assinaturas necessárias para a recriação da CPMI da Petrobras, além de outras que estão sendo cogitadas. Mas a prioridade deve ser o Congresso Nacional retomar as investigações em relação aos desvios da Petrobras", disse.