O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo foi influenciado pela disputa presidencial e pelo cenário externo
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou o mês de outubro com alta de 5,45%, aos 116 mil pontos. Durante o mês, o índice foi substancialmente afetado por questões políticas — tanto no Brasil, quanto no exterior.
Logo no primeiro pregão, em 3 de outubro, os reflexos da disputa eleitoral entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) encontraram eco na bolsa. Na data, o índice subiu 5,5%, com os investidores repercutindo o primeiro turno da votação realizada um dia antes, no domingo 2.
Diferentemente do que as pesquisas eleitorais apontavam até então, a diferença entre Lula e Bolsonaro ficou apertada. A expectativa de que o atual chefe do Executivo conseguisse reverter e ganhar a corrida presidencial e a eleição de um Congresso mais conservador foram os principais motivos para a alta na sessão e para as valorizações subsequentes. Na primeira semana após o primeiro turno, o Ibovespa teve quatro pregões positivos em sequência.
Reflexo externo
O cenário externo de juros e inflação voltou a pesar sobre o índice, com os investidores acompanhando de perto as sinalizações econômicas dos EUA e da Europa. As principais economias do mundo estão elevando suas taxas de juros, para conter o aumento acelerado dos preços, o que potencializa o risco de recessão global.
Além disso, a escalada dos juros aumenta o rendimento dos títulos do Tesouro dos EUA, os mais seguros do mundo, o que provoca uma saída de capital das bolsas de nações emergentes para a renda fixa norte-americana.
A renúncia da primeira-ministra do Reino Unido Liz Truss depois de 44 dias no cargo e a reeleição de Xi Jinping para mais cinco anos na China também marcaram o mês. A leitura do mercado sobre a saída da premiê no dia 20 de outubro foi positiva e a Bolsa de Londres terminou o dia em alta de 0,27%, enquanto o IBOV subiu 0,77%.
Já a consolidação do líder chinês, a favor da forte intervenção do Estado na economia e de lockdowns rigorosos dentro da política de “covid zero”, derrubou a Bolsa de Hong Kong. Na data, o Ibovespa caiu quase 3,3%.
A última semana antes do segundo turno das eleições presidenciais foi de cautela na bolsa brasileira. Somente nesta reta final, entre 24 e 28 de outubro, o Ibovespa cedeu 4,4%.
Revista Oeste