O desemprego no Brasil caiu para 8,3% no último trimestre, fechado em outubro — é a menor taxa para este período nos oito últimos anos, e um recuo decisivo em relação aos 14,5% que foram alcançados no auge da pandemia e do “fique em casa”. Os números do desemprego vêm caindo de forma constante, a cada vez que são divulgados pelo IBGE; não se trata, portanto, de um episódio passageiro, e sim de um movimento econômico definido. Não se trata, também, de fenômeno isolado — toda a economia brasileira está com indicadores francamente positivos.
A arrecadação federal em outubro bateu um novo recorde — mais de R$ 205 bilhões, num total superior a R$ 1,8 trilhão para todo o ano de 2022, que deverá fechar com mais de R$ 2 trilhões em receita para os cofres da União. A inflação subiu com o resultado da eleição, mas vai fechar o ano abaixo dos índices dos Estados Unidos, Alemanha e outros modelos de virtude econômica. As exportações, pelos números dos nove primeiros meses de 2022, mostram um novo recorde — podem ficar por volta de 20% acima das vendas externas no ano passado. O agronegócio continuou a crescer, com ou sem covid. O balanço de pagamentos é positivo, mais uma vez. As reservas brasileiras em moeda forte estão acima dos US$ 325 bilhões.
Esta é a situação econômica que Lula vai receber — a situação real, e não a falsificação que ele em geral apresenta ao público, dizendo que herdou um país falido e que não tem culpa por nenhum dos problemas que aparecerem em seu governo. Como vão estar esses números daqui a quatro anos — ou daqui a seis meses? Poucos presidentes brasileiros receberam a economia nacional numa situação de ordem como ele vai encontrar; tem a obrigação, no mínimo, de fazer igual. Os sinais que Lula tem dado, porém, são de indiferença ou de hostilidade com o que existe de positivo na economia; desde que saiu o resultado da eleição, não faz outra coisa a não ser exigir mais dinheiro para gastar. Os R$ 2 trilhões que o governo federal vai arrecadar em 2022 não são suficientes. Lula quer uma “PEC” de R$ 200 bilhões, ou sabe lá quanto, por fora do teto de gastos, para fazer o único tipo de governo que conhece — aumentar, e concentrar ainda mais, a renda da máquina do Estado.
Publicado originalmente no jornal O Estado de S. Paulo
Revista Oeste