A Petrobras (PETR3;PETR4) registrou prejuízo de R$ 1,546 bilhão no terceiro trimestre de 2020, queda de 43% ante resultado negativo de R$ 2,713 bilhões no segundo trimestre de 2020. No terceiro trimestre de 2019, a companhia havia registrado lucro de R$ 9,087 bilhões.
A estimativa média, de acordo com estimativa média dos analistas compilada pela Refinitiv, era de lucro de R$ 736 milhões no terceiro trimestre deste ano. Esse foi o terceiro resultado negativo seguido da companhia estatal, que acumula prejuízo de R$ 52,7 bilhões nos nove primeiros meses do ano.
De acordo com a companhia, o prejuízo ocorreu uma vez que os ganhos com maiores volumes de vendas de petróleo e derivados e maiores preços do Brent foram mais do que compensados por despesas financeiras, influenciadas por prêmios pagos na recompra de títulos.
“Em relação ao segundo trimestre, o resultado deste trimestre foi melhor, pois as melhorias operacionais e ganhos de imposto de renda superaram o efeito positivo no segundo trimestre da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS”, destacou a empresa no release de resultados.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado, por sua vez, foi de R$ 33,4 bilhões, acima da estimativa média de R$ 29,7 bilhões compilada pela Refinitiv. O número foi 33,8% acima do registrado no segundo trimestre (R$ 24,986 bilhões) e 2,6% superior ao registrado no mesmo período de 2019 (R$ 32,582 bilhões).
A receita de vendas da estatal totalizou R$ 70,73 bilhões, alta de 39% na base sequencial, mas queda de 8,2% na comparação com julho a setembro de 2019.
A dívida líquida foi de US$ 66,2 bilhões (cerca de R$ 381,31 bilhões), queda de US$ 12,2 bilhões na comparação com o final do terceiro trimestre de 2019. Já a dívida bruta caiu US$ 11,5 bilhões em 12 meses, fechando setembro em US$ 79,6 bilhões.
Resposta rápida, diz CEO
Em carta aos acionistas, Roberto Castello Branco, presidente da estatal, afirmou que “a rápida resposta à recessão global está começando a dar resultados”.
Ele apontou que, apesar das restrições impostas pela pandemia do vírus chinês e pelo ambiente incerto, o desempenho operacional e financeiro da estatal melhorou significativamente conforme demonstrado pelo aumento da produção de petróleo e gás natural e do fator de utilização de nossas refinarias e pela forte geração de caixa.
O CEO da companhia destacou que, nos primeiros nove meses do ano, o fluxo de caixa livre atingiu US$ 16,4 bilhões e o fluxo de caixa livre para os acionistas US$ 6,8 bilhões.
“O forte desempenho permitiu reduzir nossa dívida bruta de US$ 87,1 bilhões, em 30 de dezembro de 2019, para US$ 79,6 bilhões, em 30 de setembro de 2020. Este valor está abaixo da nossa meta anterior de manutenção do mesmo nível de dívida do último ano, dado o cenário hostil”, apontou Castello Branco.
Nos últimos 21 meses, a redução da dívida foi de US$ 31,3 bilhões – cerca de US$ 1,5 bilhão por mês – um fator chave, uma vez que contribui para a redução do risco de balanço, para o fortalecimento de resiliência à volatilidade do fluxo de caixa e para liberar recursos para investir em ativos de classe mundial.
A produção do pré-sal aumentou 32% nos primeiros nove meses do ano na comparação com igual período de 2019, representando 70% da produção de petróleo da Petrobras no Brasil.
Além disso, os custos de extração caíram de US$ 7,9/boe, no terceiro trimestre de 2019, para US$ 4,5/boe no terceiro trimestre de 2020. “Aproximadamente 60% do declínio ocorreu devido à redução de custos, ganhos de eficiência, incremento da produção e gestão ativa de portfólio, enquanto o restante foi ocasionado pela depreciação do real em relação ao dólar. No pré-sal, nosso custo de extração foi de US$ 2,3/boe no 3T20, o que sugere seu baixo breakeven”, aponta o CEO.