Foram criadas 313.564 vagas com carteira assinada no país em setembro. Esse, segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), foi o melhor resultado da história para os meses de setembro.
“É o maior ritmo de criação de empregos já registrado em qualquer setembro. Todos os setores, todas as regiões do Brasil criando novos empregos, o que configura o fenômeno na volta em ‘V’ da economia brasileira”, afirmou Guedes, após a divulgação dos dados.
A recuperação em “V” é citada por ele no discurso de que, após o tombo no auge da crise econômica da Covid-19, a atividade no país irá avançar rapidamente.
Apesar da recente retomada da geração de postos de trabalho, no acumulado de janeiro a setembro, o saldo ainda é negativo, com o desligamento de 558.597 trabalhadores, sendo que no mesmo período do ano anterior foram gerados 761.776 novos empregos com carteira assinada.
O mercado de trabalho brasileiro apresenta, desde julho, uma recuperação após o fechamento de vagas no começo da crise do coronavírus - 1,2 milhão de vagas desapareceram nos seis primeiros meses de 2020.
Setembro foi o terceiro mês consecutivo de saldo positivo.
Os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apresentados nesta quinta-feira (29) pelo Ministério da Economia, mostram que, em setembro, o país teve 1,379 milhão de contratações formais e 1,065 milhão desligamentos.
Todos os setores da economia brasileira registraram criação de vagas em setembro. O resultado foi puxado pela indústria, com a abertura de 110.868 vagas. Em seguida, figuram serviços (80.481), comércio (69.239), construção (45.249) e agricultura (7.751).
Tradicionalmente, o período entre agosto e outubro concentra a maior parte de contratações de temporários nas fábricas para produzir as demandas das festas de fim de ano. Depois, principalmente em dezembro, o resultado costuma ser negativo devido à dispensa desses trabalhadores.
No ano, o pior mês registrado pelo Caged foi abril, logo no início da pandemia.
Em janeiro, foram gerados 114 mil empregos formais. Influenciado pela crise, o mercado de trabalho variou no ano: fevereiro (com saldo positivo de 224 mil), março (- 268 mil), abril (-940 mil), maio (- 362 mil), junho (-24 mil), julho (geração de 140 mil) e agosto (com saldo positivo de 244 mil).
Thiago Resende, Folha de São Paulo