terça-feira, 1 de setembro de 2020

Bolsas mundiais buscam alta em meio a dados bons da China; PIB do segundo trimestre no Brasil...

 

As bolsas mundiais buscam alta nesta manhã, ajudadas por dados favoráveis da economia chinesa, apesar de dados negativos de desemprego na Europa terem limitado os ganhos do mercado.

No Brasil, o mercado aguarda a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. A economia brasileira deve mostrar queda de 8% a 10%, segundo previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE).

Outro destaque no noticiário nacional é o Orçamento para 2021, que foi enviado na noite de ontem ao Congresso. Somando os déficits esperados entre 2021 e 2023, o buraco é de R$ 572,9 bilhões. Além disso, os investidores esperam o anúncio da prorrogação do auxílio emergencial, que deve ter mais quatro parcelas de R$ 300.

No ambiente empresarial, o mercado vai repercutir hoje os balanços divulgados na véspera pela Lojas Renner (LREN3), pela IMC (MEAL3) e pelo grupo Technos (TECN3).

1.Bolsas mundiais

Os mercados mundiais começaram o dia sem direção definida, em meio a dados mais positivos sobre a economia chinesa e maior desemprego na zona do Euro. Há pouco, os futuros de Nova York e a maior parte dos índices das bolsas europeias estavam em território positivo.

Os futuros da Dow Jones subiam 0,09%, enquanto os do S&P 500 avançavam 0,36%. Os dois índices encerraram ontem o melhor mês de agosto em mais de 30 anos.

No mercado europeu, o Euro Stoxx sobe 0,15%. O DAX, principal índice acionário da Alemanha, sobe 0,68%.

O FTSE 100, de Londres, cai 1,22%, enquanto o CAC, de Paris, sobe 0,17%. O FTSE MIB, da bolsa de Milão, sobe 0,36%.

De um lado, o tom mais positivo veio do Índice de Gerentes de Compras (PMI) da Caixin/Markit de agosto, que ficou em 53,1. Leituras acima de 50 indicam expansão, enquanto resultados inferiores a 50 revelam retração.

O resultado superou as expectativas e causou uma alta do yuan frente ao dólar, ao ficar no nível mais alto desde janeiro de 2011. Também foi o quarto mês consecutivo acima da marca de 50.

Ao mesmo tempo, o desemprego na zona do euro subiu, enquanto os efeitos do coronavírus continuam a ser sentidos. A taxa de desemprego na região foi de 7,9% em julho, mostrando uma deterioração do cenário. No entanto, o número ainda está abaixo do recorde visto no meio da crise.

Os mercados asiáticos também operaram sem direção única. Na China, o Shangai SE fechou em alta de 0,44%. Já no Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,01%.

Na Coreia do Sul, o índice Kospi recuou 1,01%, enquanto o índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,03%.

*Veja o desempenho dos mercados, às 7h05 (horário de Brasília):

Nova York

*S&P 500 Futuro (EUA), +0,36%
*Nasdaq Futuro (EUA), +1,11%
*Dow Jones Futuro (EUA), +0,09%

Europa

*Dax (Alemanha), +0,68%
*FTSE 100 (Reino Unido), -1,22%
*CAC 40 (França), +0,18%
*FTSE MIB (Itália), +0,32%

Ásia

*Nikkei 225 (Japão), -0,01% (fechado)
*Hang Seng Index (Hong Kong), +0,03% (fechado)
*Shanghai SE (China), +0,44% (fechado)

*Petróleo WTI, +1,06% , a US$ 43,06 o barril
*Petróleo Brent, +1,17%, a US$ 45,81 o barril

**Contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa de Dalian fecharam em alta de 0,24%, cotados a 846.500 iuanes, equivalente hoje a US$ 124,04 (nas últimas 24 horas).

USD/CNY = 6,82366

*Bitcoin, US$ 11.910,82, +2,49%

2. Agenda

O grande destaque de hoje é a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre. A economia brasileira deve cair 8% a 10%, segundo previsão da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia (SPE). Já o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) apontou queda de 10,94% na atividade econômica no segundo trimestre.

Segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, o PIB brasileiro deve ter registrado um recuo de 9,2% na comparação trimestral, ante queda de 1,5% na medição anterior. A queda deve ter sido de 10,6% na comparação anual, segundo a pesquisa. Veja mais clicando aqui. 

O mercado acompanha ainda a reunião do ministro da economia Paulo Guedes com deputados e senadores. O encontro virtual está marcado para hoje, às 10h.

Destaque também para a divulgação da balança comercial mensal brasileira, às 15h, e para os dados de vendas de veículos pela Fenabrave. Nesta manhã, serão anunciados o PMI industrial dos Estados Unidos e do Brasil.

Na agenda do InfoMoney, às 15h, Mário Palhares, diretor de produtos listados da B3, tira dúvidas sobre a decisão de liberar, a partir de setembro, a negociação de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) Não Patrocinados, até então restrito a investidores qualificados, a qualquer pessoa interessada no produto. Além disso, o leque de opções vai crescer com BDRs também lastreados em títulos de dívida e em ETFs. O que vai mudar com as novas regras? Quanto tempo deve levar para o investidor pessoa física poder comprar e vender BDRs? Confira na live, transmitida no Youtube.

Já a série Por dentro dos resultados – que traz lives com os CEOs e principais executivos de companhias da Bolsa, em que eles comentam os números do ano, detalham as estratégias dos próximos meses e respondem as perguntas de quem estiver assistindo – recebe a Tupy nesta terça-feira. Para participar, basta se cadastrar, gratuitamente, na série, clicando aqui. Fernando de Rizzo, CEO, e Thiago Struminski, CFO, participam da live às 18h30.

3. Orçamento de 2021

O governo enviou ontem ao Congresso a proposta de Orçamento para 2021, que prevê um déficit nas contas públicas até 2023. Somando os déficits esperados entre 2021 e 2023, o buraco é de R$ 572,9 bilhões, de acordo com O Estado de S.Paulo.

No ano que vem, a expectativa é de déficit de R$ 233,6 bilhões; em 2022, o resultado deve ficar negativo em R$ 185,5 bilhões; já em 2023, faltarão R$ 153,8 bilhões para fechar as contas do governo.

No entanto, o governo destacou que os gastos da pandemia ficarão restritos a 2020.

O governo reservou para 2021 R$ 34,8 bilhões para gastar com o Bolsa Família no ano que vem, segundo O Globo. O Renda Brasil ficou de fora do projeto de lei orçamentária.

Outro destaque do texto é a insuficiência de R$ 453,715 bilhões para que seja cumprida a regra de ouro no próximo ano. Esta regra proíbe que o governo tome financiamentos para pagar gastos correntes, como o pagamento de salários, por exemplo. Por isso, o governo precisará da autorização do Congresso para realizar estes gastos.

Também chamou atenção o fato de que o governo desistiu de dar mais recursos à Defesa do que à Educação em 2021.

Além disso, a previsão que consta da proposta de Orçamento para 2021 prevê uma alta de 3,2% no Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. A projeção para o salário mínimo é de R$ 1.067, alta de 2,1% ante o valor atual de R$ 1.045.

4. Auxílio emergencial

O ministro da Economia disse ontem que e o auxílio emergencial vai ser prorrogado, e terá mais quatro parcelas de R$ 300, de acordo com a Folha de S. Paulo. O valor foi definido em encontro realizado ontem à tarde entre o ministro e o presidente Jair Bolsonaro.

A prorrogação do auxílio deve ser anunciada hoje. Para fazer a mudança do valor, que atualmente é de R$ 600, o presidente vai enviar uma medida provisória para o Congresso.

De acordo com a publicação, a medida deve ampliar os gastos da União neste ano em mais R$ 100 bilhões. Com isso, o governo vai chegar a um número inédito, com déficit de R$ 1 trilhão nas contas públicas em 2020.

Outro destaque no noticiário brasileiro é a conclusão das investigações sobre um suposto esquema de “rachadinhas” que teria sido comandado pelo senador Flávio Bolsonaro quando era deputado federal. Segundo a CNN, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção do Ministério Público do Rio considerou encerradas as investigações.

O resultado foi encaminhado ao procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, que repassou o material para o subprocurador da área criminal, Ricardo Ribeiro Martins. Ele poderá pedir novas investigações ou apresentar a denúncia ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio.

Ainda no noticiário corporativo, segundo a CNN, o presidente Bolsonaro foi diagnosticado com cálculo renal e fará uma cirurgia para retirá-lo em setembro.

5. Radar corporativo

O mercado vai repercutir hoje os balanços divulgados na véspera pela Lojas Renner (LREN3), pela IMC (MEAL3) e pelo grupo Technos (TECN3).

A Lojas Renner registrou um lucro líquido de R$ 818,1 milhões no segundo trimestre, alta de 254,5% na comparação anual. O resultado foi impulsionado pelo reconhecimento de R$ 1 bilhão referente a um crédito fiscal.

Outro destaque é o anúncio da parceria entre Bradesco e J.P.Morgan. O banco brasileiro vai herdar os clientes do private banking do J.P.Morgan, que está deixando de atuar neste segmento no Brasil.

Ainda no noticiário corporativo, a Pague Menos precificou a sua oferta de ações (IPO), mas teve que dar um desconto em relação ao preço inicialmente previsto. A ação foi precificada a R$ 8,50; de acordo com o documento divulgado no mês passado, a faixa estimativa de preço era entre R$ 10,22 e R$ 12,54 por papel.