Jovem Pan
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou, durante entrevista na estreia do programa “Direto ao Ponto”, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 28, que os principais erros do governo de Jair Bolsonaro são “a falta de comunicação, de determinação, de paciência e de clareza”. Como exemplo, o general citou a pandemia da Covid-19, em que o Brasil tinha como objetivo a adaptação de três curvas: a da saúde, a da economia e a do social. “Durante a pandemia, o governo falhou mais uma vez ao não saber comunicar as três curvas. Houve uma politização, se fazia lockdown, se não fazia. Aqui jamais poderia funcionar uma ‘fôrma de bolo’. (…) Também em relação a ivermectina, a cloroquina. Essa discussão que ficou ruim, não era necessária.” Para o vice-presidente, o ponto fundamental da comunicação do governo precisa ser “um discurso bem forte, com dados informativos e não ser reativo, mas sim proativo”.
Mourão criticou as pessoas que se colocam contra a volta às aulas no Brasil devido ao coronavírus. De acordo com ele, há uma “hipocrisia” nessa questão. “Tem a turma que diz que não pode reabrir as escolas, mas está na praia e nos bares. Acho que a discussão precisa ser a segurança, quais os procedimentos, se vai limitar os alunos, limitar a capacidade. Será um ano perdido no Brasil. E quem serão os mais prejudicados? Os pobres”, apontou o vice-presidente da República.
O programa “Direto ao Ponto” é apresentado por Augusto Nunes. A atração vai ao ar todas as segundas-feiras, às 21h30, e receberá um convidado por semana, que será sabatinado durante uma hora e meia. A veiculação será no Panflix , na rádio e no site da Jovem Pan. O “Direto ao Ponto” é um programa de entrevistas e contará com mais quatro jornalistas na bancada. Ao vivo, com uma hora e meia de duração, ele irá promover debates sobre temas relevantes, com tom jornalístico, sem perder a imparcialidade e a credibilidade. Na estreia, Mourão foi sabatinado por Leda Nagle, Roberto Cabrini, Thais Oyama e Guilherme Fiuza.
Queimadas na Amazônia
Em relação a sua atuação, o general, que é presidente do Conselho da Amazônia, confessou que “fica angustiado com a questão” dos incêndios no bioma, já que não consegue “arrumar tudo”. Ele voltou a dizer que o governo deveria ter iniciado antes o combate às queimadas, e permanecido na floresta ao final da Operação Verde Brasil. “Sabíamos que teria desmatamento e queimadas, é um ciclo que temos que combater constantemente. Eu não consigo dizer em quanto tempo teremos a solução desse problema, mas posso dizer que até o final do governo de Bolsonaro teremos combatido essas ilegalidades”, afirmou. Além disso, Mourão negou que o Inpe esteja “sucateado”, e disse que um dos principais problemas enfrentados é a falta de agentes no Ibama e no ICMBio, o que dificulta as fiscalizações. Para ele, o agronegócio “não é nem um pouco responsável pelos incêndios”, mas sim a exploração de madeira, os grileiros, e as queimadas ilegais. “A solução é repressão, regularização fundiária e desenvolvimento sustentável”, afirmou.
Segundo o vice-presidente, há três grupos que buscam colocar a todo o momento uma visão ruim do Brasil em relação ao meio ambiente. “Existem as pessoas que consideram que tem que fazer oposição porque Bolsonaro é de direita e não estaria comprometido com a conservação do meio ambiente; tem aquelas que acham que estão ameaçadas pela nossa capacidade grande de produção de alimentos; e tem o grupo dos bolsões sinceros, porém radicais, que são os ambientalistas, que acham que o mundo vai acabar de hoje para amanhã”, explicou Mourão. Para ele, os outros governos não foram criticados que nem o atual, apesar dos altos índices de desmatamento.