quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O Renda Cidadã e o risco fiscal

Não há mágica. E o mercado tem reiterado o apoio ao melhor caminho

o renda cidadã

Aplicativo auxílio emergencial do Governo Federal | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Há boas razões para a defesa do programa Renda Cidadã. Sobretudo a possibilidade de criação das chamadas “portas de saída” — instrumentos por meio dos quais o beneficiário poderá gradativamente deixar o guarda-chuva do assistencialismo para ingressar na economia produtiva. Mas o Brasil perde se o programa ficar de pé às custas do comprometimento fiscal. O país sairia da rota virtuosa traçada pela equipe econômica do governo, que vinha garantindo inflação baixa e juros em patamares nunca antes registrados.

Não há mágica. E o mercado tem reiterado o apoio ao melhor caminho:

1º) Privatizar ou extinguir estatais, enfrentando as consequências políticas, corporativistas e jurídicas decorrentes;

2º) Aprovar uma reforma tributária que não aumente a carga de impostos, já extremamente excessiva num país de serviços públicos deploráveis;

3º) Aprovar uma reforma administrativa que reorganize o aparelho do Estado, elimine privilégios e não envolva apenas servidores que venham a ser contratados, mas também aqueles que hoje compõem a máquina.

É clara a mensagem dos agentes econômicos: o governo e o Congresso não devem ceder à tentação de assegurar a popularidade com a erosão das finanças públicas.

Leia também: “O custo da ineficiência”, reportagem publicada na edição n° 2 da Revista Oeste

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