sexta-feira, 10 de abril de 2020

Partidos tentam impedir uso de fundos eleitoral e partidário para coronavírus

Caciques de partidos como PSB, PSDB, DEM e Solidariedade iniciaram um movimento para tentar impedir que avance no Congresso qualquer proposta legislativa que destine recursos do fundo partidário e fundo eleitoral para o combate ao vírus chinês, covid-19.
Nesta quinta-feira, 9, houve uma reunião por videoconferência com as principais lideranças dessas siglas para começar a traçar estratégias contrarias à transferência dos fundos para o Ministério da Saúde. Entre as lideranças que participaram do encontro, estavam o presidente do Solidariedade, o deputado Paulinho da Força (SP) e o ex-ministro e ex-deputado federal Bruno Araújo, presidente do PSDB. Os presidentes do PT, Gleisi Hoffmann e do PSL, Luciano Bivar, não participaram do encontro, mas já sinalizaram a aliados que apoiam a iniciativa.
A ideia dos caciques partidários é pressionar seus deputados e senadores a não encampar esse tipo de proposta. Os líderes desses partidos avaliam que a destinação de recursos de ambos os fundos inviabiliza o funcionamento das agremiações e as eleições municipais de outubro. Para 2020, o fundo partidário, que sustenta a estrutura das siglas, será de aproximadamente R$ 1 bilhão; o fundo eleitoral, que arca com os gastos de campanhas políticas, será de R$ 2 bilhões.
A visão dos caciques e presidentes das legendas é que cabe ao governo federal, não aos partidos, destinar recursos para o combate ao coronavírus.
A única sigla que se posicionou oficialmente a favor da destinação dos fundos eleitoral e partidário ao combate ao vírus chinês, covid-19, foi o Novo. Mesmo assim, essa postura provocou crítica de parlamentares, tanto do Senado, quanto da Câmara.
Os parlamentares que são contra a ideia também argumentam que o dinheiro dos dois fundos é importante para incentivar a formação de novas lideranças e incentivar candidatos que não contam com recursos próprios, já que, em teoria, o dinheiro público poderia ser distribuído de forma igualitária entre todos os filiados. Na prática, porém, o financiamento público de campanha aumentou o poder dos caciques políticos em todo o Brasil e concentrou o custeio de candidaturas nos nomes escolhidos pelos presidentes estaduais e nacionais das siglas.

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