Com agências de notícias
A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, exigiu nesta sexta-feira (28) que o FBI explique "imediatamente" o anúncio de investigação de um novo lote de seus e-mails, aparentemente ligados à investigação sobre o uso não autorizado de um servidor privado quando ela era secretária de Estado (2009-2013).
Em uma entrevista a jornalistas em Des Moines, Iowa, onde participou de evento de campanha, Hillary disse ser imperativo que os eleitores americanos tenham todas as informações a poucos dias da eleição presidencial, marcada para 8 de novembro.
Andrew Harnik-28.out.2016/Associated Press | ||
Hillary Clinton participa de evento de campanha em escola de Des Moines, Iowa |
"O povo americano merece saber todos os fatos imediatamente", disse Hillary. "É imperativo que o FBI explique esse assunto sem mais atrasos. [...] Nós estamos há 11 dias do que pode ser a mais importante eleição nacional de nossas vidas."
O inesperado anúncio do FBI foi descrito na imprensa americana como "uma bomba" e um revés considerável para a campanha de Hillary. Ele dá mais munição a seu adversário, o republicano Donald Trump, que acusa a adversária de ter colocado a segurança do país em risco.
O caso parecia encerrado quando o FBI concluiu a investigação em julho, afirmando que Hillary havia sido "extremamente descuidada" ao usar uma conta privada de e-mail quando estava no governo, mas que não havia motivos para recomendar o indiciamento da ex-chanceler.
Em uma carta enviada nesta sexta (28) ao Congresso, o diretor do FBI, James Comey explica que os novos e-mails foram descobertos durante a apuração de um caso "não relacionado", mas que eles "parecem pertinentes à investigação" sobre Hillary. Comey não deu detalhes, mas a imprensa local diz que as novas mensagens foram recuperadas dos celulares de Huma Abedine, braço-direito de Hillary, e de seu marido, o ex-deputado Anthony Weiner.
O FBI começou a investigar o político no mês passado em relação a trocas de mensagens e fotos eróticas com uma menina de 15 anos. Foi mais um escândalo envolvendo Weiner, 51, que em 2011 renunciou ao cargo de deputado federal depois de publicar por engano numa rede social uma foto sua de cueca.
Hillary disse aos jornalistas que nem ela nem sua equipe foram alertadas previamente da investigação, sobre a qual descobriram nos jornais, quando a carta de Comey veio à tona.
"Até mesmo o diretor Comey afirmou que a nova informação pode não ser relevante, então vamos esclarecê-la", disse Hillary, em um esforço para conter os danos da nova investigação em sua campanha.