Em razão da viagem do presidente Michel Temer à China, o presidente da Câmara deve ficar no cargo até a próxima terça-feira, 6, quando o peemedebista retorna ao Brasil
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumiu ontem a Presidência interina da República, em razão da viagem do presidente Michel Temer à China, para participar da reunião do G-20. Maia deve ficar no cargo até a próxima terça-feira, 6, quando o peemedebista retorna ao Brasil.
Foi a primeira de muitas vezes que o parlamentar fluminense deve assumir o comando interino do País. Com a efetivação de Temer após o impeachment de Dilma Rousseff, Maia se tornou, na prática, o vice-presidente do Brasil até fevereiro de 2017, quando deixará a presidência da Casa.
A posse como presidente interino foi simbólica e selada com um aperto de mãos entre o presidente da Câmara e Michel Temer em um hangar da Base Aérea de Brasília, minutos antes do novo presidente da República decolar rumo ao país asiático.
‘Marco Maciel’. Como presidente, Maia pretende adotar o estilo do correligionário Marco Maciel, vice-presidente durante os dois mandatos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1994 e 2002. “Vou fazer o que o presidente Marco Maciel sempre fez: presidir de forma interina com muita discrição”, disse Maia nesta quarta-feira, 31.
No primeiro dia de agenda como presidente, o deputado do DEM já ira despachar no Palácio do Planalto. Até a noite desta quarta-feira, não estavam previstos eventos oficiais. A expectativa, porém, é de que ele receba visitas de parlamentares.
Outras chances. Ainda em setembro, Maia poderá assumir novamente a Presidência da República, pois Temer pretende viajar aos Estados Unidos para participar da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Até o fim do ano, há ainda outras chances de assumir o posto, uma vez que o novo presidente planeja viagens para “se apresentar” aos líderes mundiais.
Em algumas dessas viagens, porém, Temer deverá convidar Maia para viajar com ele, o que fará com que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), segundo na linha de sucessão, também assuma a presidência da República interinamente por alguns dias.
A posição de Maia como vice-presidente na prática reforça a estratégia do parlamentar de tentar se firmar como o principal interlocutor de Temer no Congresso Nacional e de acentuar a influência da antiga oposição (PSDB, DEM, PPS e PSB) dentro da base aliada.