Delegado Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que realizou as buscas na consultoria Projeto, do ex-ministro, estranhou falta de equipamento nas estações de trabalho
Nas buscas realizadas na segunda-feira, 26, na sede da consultoria Projeto, empresa do ex-ministro Antonio Palocci, em São Paulo, a Polícia Federal se deparou com um escritório onde as estações de trabalho possuíam teclados, mouses e monitores, mas nenhum gabinete de computador (ou desktop).
O caso chamou a atenção do delegado da PF Rodrigo Luis Sanfurgo de Carvalho, que cumpria a ordem de buscas no local, e telefonou para o responsável pela prisão do ex-chefe de gabinete do ex-ministro Branislav Kontic, que questionou o investigado sobre o fato. Sanfurgo foi então informado que, na versão de Kontic, os computadores eram velhos e foram substituídos por notebooks.
“Entretanto, causa espécie a suposta substituição dos computadores ‘velhos’ por notebooks sem a retirada dos monitores das bancadas, assim como teclados, mouse e fios, fato que mereceria
esclarecimentos”, assinala o delegado Sanfurgo em relatório que também embasou o pedido do delegado Filipe Hille Pace para pedir a preventiva de Palocci e Kontic, suspeitos de obstruírem o acesso da PF às provas.
Nesta semana, por ordem do juiz Sérgio Moro, o Banco Central bloqueou as contas pessoais de Palocci e também as da Projeto. Na conta da empresa de consultoria foram localizados R$ 30.064.080,41. Já nas três contas pessoais do ex-ministro, a malha fina do Banco Central encontrou R$ 814.648,45.