FILIPE OLIVEIRA - Folha de São Paulo
A valorização do dólar em relação ao real neste ano abriu espaço para que empresas do setor de serviçoscomecem ou ampliem seus negócios fora do Brasil.
Com a moeda norte-americana mais cara, fica mais barato para estrangeiros contratarem prestadores de serviços brasileiros.
Em muitos casos, essas empresas fazem todo o serviço remotamente, de seus escritórios no Brasil.
A eNext, de tecnologia para lojas virtuais, passou a atender seus três primeiros clientes nos EUA neste ano. Ela tem hoje 65 funcionários, que atuam de São Paulo.
Dante Lima, sócio da eNext, explica que a oportunidade de prestar serviço nos EUA foi consequência de uma parceria que a companhia mantinha com a canadense Mobify. No caso, a eNext era responsável por vender e realizar parte da implantação das ferramentas de comércio para plataformas móveis da companhia estrangeira.
"Conforme o dólar foi subindo, foi ficando mais difícil vender o serviço dela no Brasil, pois ele é cotado na moeda americana. Por outro lado, ficou mais interessante vender para fora do Brasil."
Ele conta que, desde agosto, foram fechados três projetos nos EUA com duração de um mês e meio.
Para o ano que vem, Lima planeja conseguir mais dez contratos, que devem resultar em um faturamento adicional de R$ 1 milhão. No ano passado, a empresa faturou R$ 10 milhões.
No mercado americano de tecnologia da informação em que a eNext entrou, as companhias brasileiras competem com prestadores de serviços terceirizados indianos e de países do Leste Europeu –além das empresas locais.
Em geral, essas companhias estrangeiras são escolhidas por oferecerem boa capacidade técnica a preço baixo. Mas o momento econômico brasileiro muda a situação, segundo Diônes Lima, vice-presidente de operações da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro).
"Nossos maiores desafios para competir com a Índia são a língua e o preço. Mas temos um ambiente favorável neste momento. O setor de serviço pode sorrir um pouco com a crise, pois o dólar alto deixa o Brasil mais competitivo."
DESCONTO
Na produtora de animação LightStar Studios, a alta do dólar permitiu orçamentos 15% menores a seus clientes de projetos internacionais, diz Marcelo de Moura, diretor da empresa.
A companhia surgiu no princípio dos anos 2000 no Brasil, após ele e sua sócia trabalharem para grandes estúdios dos Estados Unidos.
A intenção era aproveitar os custos menores de ter a empresa no mercado brasileiro para exportar os desenhos feitos por aqui.
Para aumentar a competitividade, apostaram em instalar a empresa fora de grandes centros. Ela começou em Águas de Lindóia (a 160 km de São Paulo) e, depois, foi para Santos, no litoral paulista.
Moura conta que, entre 2011 e o final de 2014, a empresa começou a fazer mais projetos nacionais, devido ao dólar caro. Porém, desde o final do ano passado, a situação começou a mudar novamente e os projetos internacionais aumentaram.
O principal contrato firmado foi com a empresa Peanuts, que detém os direitos de uso do personagem Snoopy. Foram feitos comerciais para televisão e novas plataformas para países como Chile, EUA, Japão e Polônia.
O personagem também será apresentado ao mercado indiano em desenho feito pela LightStar, segundo o empresário, que destaca o empurrão dado pelo câmbio atual. "Se fosse há três anos, teria de rejeitar o projeto da Índia pelo baixo valor. Para nós, só compensou fazer o projeto porque o dólar estava bem alto", afirmou Moura.
Com a moeda norte-americana mais cara, fica mais barato para estrangeiros contratarem prestadores de serviços brasileiros.
Em muitos casos, essas empresas fazem todo o serviço remotamente, de seus escritórios no Brasil.
A eNext, de tecnologia para lojas virtuais, passou a atender seus três primeiros clientes nos EUA neste ano. Ela tem hoje 65 funcionários, que atuam de São Paulo.
Dante Lima, sócio da eNext, explica que a oportunidade de prestar serviço nos EUA foi consequência de uma parceria que a companhia mantinha com a canadense Mobify. No caso, a eNext era responsável por vender e realizar parte da implantação das ferramentas de comércio para plataformas móveis da companhia estrangeira.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Os irmãos Gabriel e Dante Lima, da eNext, empresa de tecnologia para lojas virtuais |
"Conforme o dólar foi subindo, foi ficando mais difícil vender o serviço dela no Brasil, pois ele é cotado na moeda americana. Por outro lado, ficou mais interessante vender para fora do Brasil."
Ele conta que, desde agosto, foram fechados três projetos nos EUA com duração de um mês e meio.
Para o ano que vem, Lima planeja conseguir mais dez contratos, que devem resultar em um faturamento adicional de R$ 1 milhão. No ano passado, a empresa faturou R$ 10 milhões.
No mercado americano de tecnologia da informação em que a eNext entrou, as companhias brasileiras competem com prestadores de serviços terceirizados indianos e de países do Leste Europeu –além das empresas locais.
Em geral, essas companhias estrangeiras são escolhidas por oferecerem boa capacidade técnica a preço baixo. Mas o momento econômico brasileiro muda a situação, segundo Diônes Lima, vice-presidente de operações da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro).
"Nossos maiores desafios para competir com a Índia são a língua e o preço. Mas temos um ambiente favorável neste momento. O setor de serviço pode sorrir um pouco com a crise, pois o dólar alto deixa o Brasil mais competitivo."
DESCONTO
Na produtora de animação LightStar Studios, a alta do dólar permitiu orçamentos 15% menores a seus clientes de projetos internacionais, diz Marcelo de Moura, diretor da empresa.
A companhia surgiu no princípio dos anos 2000 no Brasil, após ele e sua sócia trabalharem para grandes estúdios dos Estados Unidos.
A intenção era aproveitar os custos menores de ter a empresa no mercado brasileiro para exportar os desenhos feitos por aqui.
Para aumentar a competitividade, apostaram em instalar a empresa fora de grandes centros. Ela começou em Águas de Lindóia (a 160 km de São Paulo) e, depois, foi para Santos, no litoral paulista.
Moura conta que, entre 2011 e o final de 2014, a empresa começou a fazer mais projetos nacionais, devido ao dólar caro. Porém, desde o final do ano passado, a situação começou a mudar novamente e os projetos internacionais aumentaram.
O principal contrato firmado foi com a empresa Peanuts, que detém os direitos de uso do personagem Snoopy. Foram feitos comerciais para televisão e novas plataformas para países como Chile, EUA, Japão e Polônia.
O personagem também será apresentado ao mercado indiano em desenho feito pela LightStar, segundo o empresário, que destaca o empurrão dado pelo câmbio atual. "Se fosse há três anos, teria de rejeitar o projeto da Índia pelo baixo valor. Para nós, só compensou fazer o projeto porque o dólar estava bem alto", afirmou Moura.