A reprovação ao governo Dilma não caiu: oscilou dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. Em agosto, no maior número alcançado, 71% consideravam seu governo ruim ou péssimo (logo, podia estar entre 69% e 73%); agora o Datafolha diz que são 69% (logo, pode estar entre 67% e 71%). Também os que dizem ser o governo regular ou ótimo e bom variaram dentro da margem: no primeiro caso, de 20% para 22%; no segundo, de 8% para 10%.
Só para se ter uma noção da trajetória: em março de 2013, há menos de dois anos, só 7% diziam que governo Dilma era ruim ou péssimo; agora, 67%. O índice negativo subiu 60 pontos. Naquele ano, espetaculares 65% achavam a gestão ótima ou boa; agora, apenas 10%: o índice bom caiu 55 pontos.
Impeachment
O Congresso deve abrir um processo de impeachment contra Dilma? Praticamente dois terços dos brasileiros (65%) continuam a achar que sim — em agosto, eram 66%. Generoso, o brasileiro dá a Dilma a chance da renúncia: 62% acreditam que ela deveria fazer essa escolha.
Indagados se acham que Dilma vai sair, aí a maioria acha que não: 56% (eram 53% em agosto). Dizem que “sim” 36% (contra 38% há três meses).
Notem: essa diferença entre o que os brasileiros acham que DEVERIA acontecer e aquilo que ACHAM que vai acontecer não aponta para um bom lugar.
Isso corresponde, acho eu, a uma clara desconfiança nas instituições e na aposta de que o arranjo politiqueiro e o cinismo, como poderia dizer a ministra Cármen Lúcia, vai vencer a esperança.