Dezembro, mês em que a capital do país entra em ritmo de festas e de recesso de final de ano, vai começar repleto de incertezas. Vamos lá, sem perder o fôlego.
Em clima de chantagem pura, Eduardo Cunha ameaça disparar o processo de impeachment da presidente Dilma se o Conselho de Ética acatar o pedido de cassação de seu mandato nesta terça-feira (1º).
Preso e talvez sem alternativa, Delcídio do Amaral (PT-MS) pode optar pela delação premiada para tentar passar o Natal ou o Ano Novo com a família.
Possibilidade que atemoriza lulistas e dilmistas.
A Andrade Gutierrez vai começar a falar o que sabe das falcatruas e pagamentos de propinas. Sabe muito. Suas revelações têm potencial explosivo pelas relações muito próximas com o governo Lula.
Amigo de Lula, José Carlos Bumlai segue preso e há quem aposte alto que ele não se manterá calado quando perceber que vai ficar atrás das grades indefinidamente.
Tem muito mais no mundo sujo da corrupção, mas vamos para a economia. Dezembro começa com o governo sem aprovar a mudança na sua meta fiscal deste ano e também seu pacote fiscal para 2016 -com riscos de fechar o ano sem conseguir.
Resultado: a equipe econômica anuncia hoje mais cortes de gastos, que podem paralisar boa parte das atividades do governo. Algo nunca visto por aqui, mas que retrata a realidade atual de caos na economia.
Sem falar que, sem aprovar um ajuste nas suas contas para o próximo ano, gente graúda do governo já trabalha com um cenário de juros subindo em janeiro de 2016. Um horror num tempo de recessão.
Aí, sem ajuste e com risco de 2016 repetir 2015 na economia, interlocutores de Joaquim Levy (Fazenda) dizem que ele pode não ver mais sentido na sua permanência no cargo.
Enfim, dezembro entra no ritmo daquele samba "como será o amanhã? Responda quem puder". Há quem prefira não saber. O país quer.