MARINA DIAS - UOL
O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira (30) que conversou com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), mas que o peemedebista "não disse nada" sobre a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.
Esta semana termina o prazo estipulado pelo próprio Cunha para decidir se dá ou não prosseguimento aos pedidos de afastamento da presidente.
"Isso [deflagrar o impeachment] é decisão dele. Conversei [com Cunha], mas ele não me disse nada a respeito disso", disse Temer que, com a viagem de Dilma a Paris, é presidente da República em exercício até esta terça-feira (1º).
O Palácio do Planalto monitora com apreensão os movimentos de Cunha no início desta semana. O peemedebista já ameaçou algumas vezes deflagrar o impeachment de Dilma caso o Conselho de Ética da Câmara abra o processo para sua cassação com a ajuda dos votos de deputados do PT.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro e suspeito de esconder contas na Suíça, Cunha fechou acordo de não agressão com o Planalto caso o PT não votasse contra ele no Conselho de Ética da Casa. Nos últimos dias, porém, os petistas têm dado sinais de que votarão contra o presidente da Câmara.
Ainda nesta segunda, Cunha concedeu uma entrevista a jornalistas para dizer que é vítima de "armação".
O peemedebista considera que a nova denúncia contra ele, de que o BTG Pactual pagou R$ 45 milhões para que o banco de André Esteves tivesse interesses atendidos em emenda pode ser sido "plantada" justamente nos dias decisivos quanto à sua decisão sobre o impeachment de Dilma.