quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Eleições nos EUA: veja como ficam a Câmara e o Senado após as eleições




Na eleição desta terça-feira (7), o Partido
 Democrata conquistou a maioria da 
Câmara dos Representantes dos Estados
 Unidos pela primeira vez em oito anos. 
Com isso, o resultado das eleições 
legislativas significa uma derrota parcial 
para o presidente Donald Trump, já que
 o seu partido, o Republicano, vai ampliar 
sua vantagem no Senado, de acordo
 com projeções.
Até o ponto atual da apuração, os 
democratas elegeram 220 deputados e
 republicanos, 193. Na legislatura anterior, 
os democratas tinham 193 e os 
republicanos, 235.
Já no Senado, os democratas 
conseguiram 43 vagas, que se somam
 a 2 de independentes que acompanham
 o partido nas votações, enquanto os 
republicanos obtiveram 51 vagas até o 
momento atual da apuração. Na 
legislatura anterior, os republicanos 
tinham 51 senadores a 47. Como a
 apuração segue e as projeções indicam
 que os republicanos irão conseguir mais
 assentos, sua bancada irá aumentar.
Câmara dos Representantes dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1Câmara dos Representantes dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1
Câmara dos Representantes dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1
Senado dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1Senado dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1
Senado dos EUA: como era e como fica — Foto: Arte G1
As “midterms” (eleições de meio de mandato)
 desta terça (6) definiram uma nova Câmara 
(435 deputados) e renovaram um terço do
 Senado, além de mais de 75% dos governos
estaduais.
Os democratas tomaram ao menos 26 
assentos dos republicanos, em estados como
 Pensilvânia, Flórida, Colorado, Kansas, Nova
 Jersey, Nova York e Virgínia.

Mulheres

Em uma eleição marcada por um número
 significativo de candidatos jovens, mulheres
 e de minorias étnicas e sexuais, o 
desempenho feminino foi destaque.
Até a manhã desta quarta-feira, 92 mulheres
 tinham sido eleitas para a Câmara, 
superando o recorde anterior de 84, de 
acordo com o "The Guardian".
Já no Senado, 10 foram eleitas, elevando 
o número total de senadoras para 23. A 
Casa possui 100 cadeiras, sendo que 35
 delas estavam em disputa.
Alexandria Ocasio-Cortez (Nova York), de 29
 anos, membro da ala esquerda do Partido
 Democrata, foi eleita deputada e se tornou a mais jovem no Congresso.

Duas muçulmanas na Câmara

As democratas Ilhan Omar (Minnesota) e 
Rashida Tlaib (Michigan) são as primeiras
 muçulmanas eleitas para o Congresso.
Ilhan Omar, deputada eleita do Partido Democrata nos aEUA — Foto: REUTERS/Eric MillerIlhan Omar, deputada eleita do Partido Democrata nos aEUA — Foto: REUTERS/Eric Miller
Ilhan Omar, deputada eleita do Partido Democrata nos aEUA — Foto: REUTERS/Eric Miller
Ilhan Omar, que teve 78,2% dos votos no 5º
 distrito de Minnesota, nasceu na Somália e
 chegou ao país como refugiada. Quando
 ela tinha apenas oito anos, a sua família 
fugiu de uma guerra civil que dilacerou o 
país africano. Eles passaram quatro anos 
no Quênia e, depois, pediram refúgio nos
 Estados Unidos.
Já Rashida Tlaib tornou-se a primeira 
mulher de origem palestina a se eleger 
na Câmara. Ela venceu com 88,7% dos
 votos no 13º distrito do Michigan.
Rashida Tlaib, filha de palestinos, tenta uma vaga no Congresso dos EUA pelo 13º distrito de Michigan — Foto: Rebecca Cook/ReutersRashida Tlaib, filha de palestinos, tenta uma vaga no Congresso dos EUA pelo 13º distrito de Michigan — Foto: Rebecca Cook/Reuters
Rashida Tlaib, filha de palestinos, tenta uma vaga no Congresso dos EUA pelo 13º distrito de Michigan — Foto: Rebecca Cook/Reuters

Duas indígenas

Duas mulheres são as primeiras de origem
 indígena a se elegerem para a Câmara.
Deb Haaland venceu pelo 1º do Novo 
México com 59,1% dos votos. Membro 
da tribo Laguna Pueblo, Haaland é uma 
ativista de longa data que fez campanha
 pelo impeachment de Trump.
Sharice Davids, advogada e ex-lutadora
 de MMA, venceu pelo 3º distrito do 
Kansas. Também é a primeira deputada
 lésbica eleita pelo estado. Ela nasceu 
na tribo Ho-Chunk Nation, de Wisconsin.

Senado

Das 35 cadeiras disputadas no Senado,
 os republicanos ampliaram sua vantagem
 para 51 enquanto os democratas 
conseguiram obter 45 assentos.
Os democratas foram forçados a defender 
dez cadeiras em estados pró-Trump. 
Resistiram na Virgínia Ocidental e em 
Nova Jersey, mas perderam no 
estado-chave de Indiana, no Missouri
 e na Dakota do Norte, terras 
conservadoras.
Os republicanos conquistaram uma 
vitória valiosa ao manterem a vaga de 
Ted Cruz no Texas, apesar dos milhões
 de dólares gastos para apoiar o astro
 democrata Beto O'Rourke.
Senador republicano norte-americano Ted Cruz fala durante a comemoração da sua eleição em Houston, no Texas (EUA), na noite de terça-feira (6)  — Foto:  Cathal Mcnaughton/ ReutersSenador republicano norte-americano Ted Cruz fala durante a comemoração da sua eleição em Houston, no Texas (EUA), na noite de terça-feira (6)  — Foto:  Cathal Mcnaughton/ Reuters
Senador republicano norte-americano Ted Cruz fala durante
 a comemoração da sua eleição em Houston, no Texas (EUA),
na noite de terça-feira (6) — Foto: Cathal Mcnaughton/ Reuters

Câmara: revés ou sucesso?

O resultado da eleição, que era vista
 como uma espécie de referendo sobre
 o governo atual, pode ser analisado
 como uma derrota parcial para Trump
 já que o seu partido contava maioria
 nas duas casas até as “midterms”
 (eleições de meio de mandato) 
desta terça (6).
O presidente americano minimizou o 
revés e disse que foi um “tremendo 
sucesso” embora o resultado possa 
mudar a dinâmica política do país na
 etapa final do seu mandato.
Para o colunista do G1 Helio Gurovitz, 
a comemoração faz sentido: "O placar 
No entanto, a maioria conquistada é 
suficiente para rejeitar qualquer iniciativa 
legislativa do Executivo e até para 
denunciar o presidente em um processo
 de impeachment (nos Estados Unidos, a 
denúncia exige maioria simples na 
Câmara; a condenação, dois terços no
 Senado), segundo análise de Gurovitz.

G1