Reuters
A Petrobras está perto de decidir como será a próxima fase da venda da rede de gasodutos Transportadora Associada de Gás (TAG). De acordo com a Reuters, quatro fontes ligadas ao negócio confirmaram a informação na sexta-feira.
A empresa, que já recebeu ofertas superiores a US$ 7 bilhões pelo ativo, deve decidir provavelmente na segunda-feira como o processo vai prosseguir, se haverá uma segunda rodada com vários competidores ou se a companhia entrará em conversas exclusivas apenas com o consórcio que apresentar a melhor proposta.
Uma reunião do Conselho de Administração da empresa no dia 7 de maio aprovará a decisão tomada pela diretoria nos próximos dias. A TAG possui cerca de 4.500 quilômetros de gasodutos no Nordeste do Brasil.
A Petrobras não comentou o caso.
Estatal recebeu propostas
Três grupos —um liderado pelo australiano Macquarie Bank, outro pelo fundo soberano Mubadala Development e um pela empresa de energia francesa Engie SA— entregaram propostas, incluindo os compromissos de financiamento e os contratos de aquisição no dia 19 de abril.
Segundo as regras estipuladas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), uma segunda rodada entre os concorrentes é obrigatória se as propostas tiverem diferenças de valor inferiores a 10 por cento.
Uma segunda rodada também é exigida se a Petrobras escolher apenas um concorrente para negociar com exclusividade.
A Petrobras pediu que os consórcios fizessem suas propostas com base nos balanços da TAG de dezembro do ano passado, e que os preços fossem corrigidos pelo CDI mais 3% até a data de fechamento do negócio.
Todas as ofertas têm componente de dívida, segundo as fontes.
O grupo liderado pelo Macquarie, que inclui o fundo de pensão canadense CPPIB, o fundo soberano GIC e as holdings brasileiras Itaúsa Investimentos SA e Cambuhy Investimentos SA, está sendo assessorado financeiramente pelo Bank of America e pelo Banco Bradesco SA.
Espera-se que a oferta do Macquarie tenha um componente de cerca de 60% de dívida, segundo fontes com conhecimento do assunto.
O grupo formado por Mubadala e EIG Global Energy Partners recebeu a adesão da empresa italiana Snam SpA como operadora e acionista. Dois fundos, King Street Capital Management e Farallon Capital Management, estão em negociações para entrar no grupo. Ambos não comentaram o assunto.
O banco Goldman Sachs & Co está financiando o grupo do Mubadala, e pessoas com conhecimento do assunto dizem que até 80% da oferta pode ser financiada por dívida.
Segundo uma das fontes, a Engie está em conversas com o fundo de pensão canadense Caisse de Depot et placement du Quebec como um potencial parceiro.
As companhias mencionadas não comentaram o assunto.