domingo, 29 de abril de 2018

T-Mobile acerta compra da Sprint por US$26 bilhões

Reuters

Terceira e quarta operadoras de telefonia móvel dos EUA, empresas somam 127 milhões de clientes


Ladoa a lado as lojas da T-Mobile e da Sprint em Nova York: negociação foi iniciada há quatro anos e resultado em operado com 127 milhões de cliente - AP/Mark Lennihan

A T-Mobile acertou neste domingo adquirir a Sprint em um acordo de US$ 26 bilhões que irá combinar a terceira e quarta maiores operadoras de telefonia móvel dos Estados Unidos e deverá atrair escrutínio regulatório sobre seu impacto sobre os consumidores.

O acordo encerra quatro anos de negociações entre as empresas, preparando o terreno para a criação de uma operadora com 127 milhões de clientes, que será um concorrente mais formidável para os concorrentes sem fio que ocupam a primeira e segunda posição: a Verizon Communications e a AT & T.

Os reguladores dos EUA, que questionaram no tribunal o acordo de US$ 85 bilhões da AT&T para comprar a empresa de mídia Time Warner Inc, devem pressionar a Sprint e a T-Mobile sobre como eles vão avaliar suas ofertas wireless combinadas.

O avanço nas negociações das empresas, divulgado pela Reuters na quinta-feira, ocorreu depois que a Deutsche Telekom AG, maior acionista da T-Mobile, e o grupo SoftBank,, que controla a Sprint, concordaram com uma estrutura que permitirá à Deutsche Telekom a continuar a consolidar a companhia combinada, que terá um valor de mercado de mais de US$ 80 bilhões, em seus livros.

A Deutsche Telekom terá 425 da empresa combinada e controlará a diretoria, indicando nove dos 14 diretores.

A avaliação implícita de ações da Sprint é de US$ 6,62 por ação com base no preço de fechamento da ação da T-Mobile na sexta-feira.

A transação de todas as ações tem uma relação de troca fixa de 0,10256 ações da T-Mobile para cada ação da Sprint, ou o equivalente a 9,75 ações da Sprint para cada ação da T-Mobile.

A primeira rodada de conversas entre Sprint e da T-Mobile terminou sem sucesso em 2014, depois que o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, expressou preocupações antitruste sobre o acordo.

Sob a administração do presidente Donald Trump, os reguladores continuaram a se preocupar com os preços ao consumidor. O governo dos EUA abriu uma investigação sobre a suposta coordenação da AT&T, da Verizon Communications e de uma organização de padrões de telecomunicações para impedir que os consumidores mudem facilmente de operadoras sem fio, disse uma pessoa informada sobre o assunto no início deste mês.

A segunda rodada de negociações entre a Sprint e a T-Mobile terminou em novembro devido a desacordos de avaliação, embora Tim Hoettges, CEO da Deutsche Telekom, tenha deixado a porta aberta na ocasião, dizendo: “Você sempre se encontra duas vezes na vida”.

Desde então, as ações da Sprint perderam cerca de um quinto de seu valor em meio a questões sobre como a empresa pode competir efetivamente sob o peso de sua dívida de longo prazo, de mais de US$ 32 bilhões.

O Softbank tem procurado reduzir sua própria dívida, que atingiu 15,8 trilhões de ienes (US$ 147 bilhões) no fim de dezembro. A empresa disse que está planejando levantar dinheiro ao abrir o capital de sua unidade japonesa de telefonia móvel este ano.

A falta de um acordo em novembro passado deixou o diretor-presidente do SoftBank, Masayoshi Son, um negociador que arrecadou cerca de US$ 100 bilhões para seu Vision Fund investir em empresas de tecnologia, em busca de outras opções para a Sprint.