Bloomberg News
NOVA YORK - O Twitter vendeu dados para o mesmo pesquisador envolvido no escândalo de vazamento de informações de usuários do Facebook. O acesso foi feito pela empresa Global Science Research (GSR), controlada por Aleksandr Kogan, criador do quiz que acabou sendo usado para coletar dados para a consultoria Cambridge Analytica.
O episódio ocorreu em 2015, segundo comunicado do Twitter.
“Em 2015, a GSR conseguiu acesso pontual à API de uma amostra aleatória de tuítes públicos de um período de cinco meses, de dezembro de 2014 a abril de 2015. Baseados em relatórios recentes, conduzimos nossa própria revisão interna e não encontramos nenhum acesso a dados privados sobre as pessoas que usam o Twitter”, disse a empresa, em comunicado à agência de notícias Bloomberg.
O Twitter removeu a Cambridge Analytica e suas afiliadas da sua lista de anunciantes e informou que a GSR pagou pelo acesso, mas não forneceu mais detalhes. A compalhia fornece acesso a dados públicos para algumas empresas, desenvolvedores e usuários por meio de interfaces de programação de aplicativos (APIs, na sigla em inglês). Normalmente, essas informações são usadas para analisar eventos, sentimentos ou serviços ao consumidor.
Clientes corporativos têm acesso a dados mais amplos, que incluem os últimos 30 dias de tuítes ou acesso a tuítes até de 2006. Para conseguir esse acesso, precisam explicar como planejam usar as informações e quem serão os usuários finais.
A empresa não vende dados de mensagens diretas privadas, e usuários precisam permitir que suas publicações informem a localização da postagem. No primeiro trimestre, o faturamento do Twitter com “licenciamento de dados e outras receitas” cresceu cerca de 20%, para US$ 90 milhões.