Se os primeiros Land Rover feitos em 1948 tinham cheiro de terra molhada, os atuais estão mais para lojas de alto luxo. Em 70 anos de história, a marca inglesa mudou de perfil e de mãos, com perdas e ganhos tanto na lama quanto no asfalto.
A empresa, que desde 2008 pertence ao grupo indiano Tata, passa por um período de transição: os motores puramente a combustão começam a ser aposentados –principalmente os abastecidos com diesel– e substituídos por opções híbridas ou 100% movidas a eletricidade.
Toda a linha terá uma versão assim a partir de 2020.
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Land Rover Série 1 ano 1948; inspirado no Jeep americano da Segunda Guerra, utilitário inglês foi projetado pelos irmãos Maurice e Spencer Wilks para ser utilizado no campo |
Segundo Vinicius Frata, gerente de produto da Jaguar Land Rover, o primeiro modelo da nova fase que chegará ao Brasil será o híbrido Range Rover Sport P400e, no segundo semestre.
As versões convencionais do modelo já estão à venda e custam a partir de R$ 440,2 mil.
O preço do Range Rover híbrido ainda não foi divulgado. Nessa configuração, o SUV de luxo é movido a gasolina e eletricidade e pode ser recarregado na tomada. Com as baterias na capacidade total, é possível rodar 50 km sem precisar do motor a combustão, de acordo com a montadora.
A empresa deve limitar as vendas e oferecer o carro a clientes para avaliações.
Frata afirma que esse primeiro contato será para mostrar aos consumidores da marca inglesa que a tecnologia não compromete a confiabilidade do carro, feito para transpor terrenos difíceis.
Difícil também é a situação da fábrica nacional do grupo, que monta o Discovery Sport e o Evoque em Itatiaia (RJ).
Inaugurada em junho de 2016, custou R$ 750 milhões e tem capacidade para produzir 24 mil veículos por ano. Em 2017, 5.000 carros foram feitos.
Divanildo Albuquerque, diretor-geral da Jaguar Land Rover Brasil, diz não haver arrependimento em investir na montagem local. Ele afirma que o crescimento do mercado interno deve dar novo fôlego ao negócio.