terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Quadrilha Lula-Dilma investe na impunidade: PT apresenta pedido de sete CPIs para atrasar investigação da Petrobras

Chico de Gois - O Globo

Cada requerimento tem que ser endossado por 171 deputados e na Câmara podem funcionar cinco comissões ao mesmo tempo


Com o início do ano parlamentar, os partidos começaram a corrida para angariar assinaturas para a criação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). O PT definiu que irá apresentar sete requerimentos e tem mais pressa que os demais. A intenção, embora negada pelos petistas, é conseguir entregar as assinaturas antes de outros pedidos de investigação para tentar barrar a criação da CPI da Petrobras, por exemplo.

Cada requerimento tem que ser endossado por 171 deputados e na Câmara podem funcionar cinco comissões ao mesmo tempo. Quem protocola o documento primeiro, tem prioridade. Os temas propostos pelos petistas, discutidos durante reunião da bancada no sábado, vão de máfia das próteses - com base em reportagem do Fantástico, que denunciou pagamento de propinas a médicos - a importação de agrotóxicos. O PT quer CPI para apurar o cartel do Metrô de São Paulo, a vulnerabilidade da comunicação na internet, violência contra jovens negros, contra as mulheres e sobre o trabalho infantil.

Mas o líder do partido na Câmara, Vicentinho (SP), negou que o objetivo seja impedir uma CPI da oposição sobre a Petrobras.

-- Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Queremos apurar problemas concretos. Vamos buscar as assinaturas porque temos o direito de pedir investigações.

A oposição, no entanto, tem outros objetivos. Cinco temas estão na mira investigatória do PSDB, DEM e PPS: propinas na Petrobras, setor elétrico, empréstimos do BNDES, fundos de pensão e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

-- Queremos ressuscitar a CPI da Petrobras, que terminou de maneira melancólica no ano passado -- afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).

Correndo por fora, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) chegou na frente dos demais e ontem protocolou uma CPI para investigar a divulgação de pesquisas eleitorais e seu reflexo no resultado das eleições a partir do ano 2000. Para que entre oficialmente como primeiro na fila, só falta a Secretaria da Câmara confirmar a autenticidade das assinaturas.