terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

"A presidente decide", por Ilimar Franco

O Globo


A posição do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, diante do governo será determinada por Dilma. Caberá a ela tratá-lo como aliado ou oposição. O PMDB espera que o governo aceite divergências, como a do Orçamento Impositivo, em vez de a todo momento jogá-lo nos braços da oposição. Cunha não será um líder do governo, como foram Luiz Eduardo Magalhães com FH ou João Paulo e Arlindo Chinaglia com Lula.
Acertando os ponteiros
A cúpula do PMDB aguarda pelos movimentos do PT para avaliar a postura que devem ter os presidentes Renan Calheiros (Senado) e Eduardo Cunha (Câmara). A conduta do partido foi tratada ontem, no Palácio do Jaburu, com o vice Michel Temer no café da manhã, no almoço e no jantar. Os líderes do partido estiveram todos lá para adotar uma posição comum. “Não há um clima beligerante. Mas tudo vai depender de como o PT chegar agora. Se ele terá humildade de entender que a Câmara deu um basta no PT com reflexos no governo”, resume o presidente do PMDB da Bahia, Geddel Vieira Lima, que integra a ala que não apoiou a reeleição da presidente Dilma.
É enterrar os mortos e socorrer os vivos, como disse Marquês de Pombal após o terremoto de Lisboa (1755). O PMDB presidiu e presidirá a Câmara. A vida continua” 

Miguel Rossetto 
Secretário-geral da Presidência da República
Solidariedade, nem na derrota
A principal tendência do PT, a CNB, está surfando na derrota do partido na Câmara. Seus quadros estão batendo no ministro Pepe Vargas e no líder Henrique Fontana. Pregam que eles deveriam ser substituídos, pois se inviabilizaram na base aliada.
Reeleito 
Com o apoio do presidente do DEM, senador José Agripino, e do prefeito ACM Neto (Salvador), Mendonça Filho (PE) foi reconduzido à liderança do DEM. O apoio na eleição e a boa relação com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ajudou. Ele recebeu os votos de 16 dos 20 deputados do partido. Seu adversário foi Onyx Lorenzoni (RS).
Colocando ordem na casa
O PROS elegeu um aliado do ministro Cid Gomes (Educação), Domingos Neto (CE), para liderá-lo na Câmara. Cid desbancou Givaldo Carimbão (AL), candidato à reeleição e que havia dito que o ministro não representava os parlamentares.
O despertador
Depois da derrota anunciada, petistas começam a enxergar a realidade. Um de seus líderes na Câmara avalia que pesou muito no resultado o fato de a base aliada, em vários estados, integrar chapas contra as do PT. O partido considera que os aliados não querem ir para a oposição, mas aumentar seu poder na máquina do governo.
De volta ao passado
Desde Luiz Eduardo Magalhães na presidência da Câmara, no governo FH, o PT não ficava fora da Mesa da Câmara. A diferença é que os petistas não são mais um partido nanico e estão no poder.
O futuro já chegou
A próxima apreciação de vetos pelo Congresso será feita no painel e o placar será conhecido na hora. Hoje, em cédulas, só se sabe o resultado no dia seguinte. O software que permite a votação eletrônica ficou pronto no final do ano passado.
O ex-presidente do INSS Marco Antonio de Oliveira foi nomeado secretário-executivo interino da Casa Civil. Ele substituiu Valdir Simão no INSS e agora.