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Em breve, a Starlink vai ter um competidor de preso na América Latina: a Amazon. Isso porque, o gigante do varejo de Jeff Bezos estuda lançar o Projeto Kuiper, a partir de 2025, com previsão de chegada ao Brasil no ano seguinte. O Kuiper e a Starlink compartilham várias características, como a utilização de pequenos satélites em órbita terrestre baixa e o foco em áreas com pouca oferta de internet. Ambas as empresas também têm como alvo governos como clientes.
Segundo o portal g1, a Amazon pretende operar 3,3 mil satélites que funcionarão em movimentos coordenados no espaço. Os satélites do Kuiper estarão entre 590 quilômetros (km) e 630 km da Terra, enquanto os da Starlink operam a 550 km. A proximidade com a Terra reduz a latência, importante para chamadas de vídeo e jogos on-line. A velocidade de download do Projeto Kuiper será de até 1 gigabit por segundo (gbps), quatro vezes o limite da Starlink, que alcança até 220 megabits por segundo (mbps). Na prática, a Starlink tem uma média de 70 mbps, conforme dados da SpeedTest do primeiro trimestre de 2023. Conexão e planos de operação na América Latina
A conexão será feita por um terminal que pode ter o tamanho de um livro, embora essa versão alcance apenas até 100 mbps. A Vrio, dona da operadora de TV por satélite Sky, atenderá os clientes na América Latina. A empresa firmou um acordo com a Amazon na região. A Amazon vai lançar o Kuiper em sete países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai. A Starlink, por sua vez, já está disponível em mais de 80 países. No Brasil, os provedores devem se concentrar primeiro em regiões com baixos índices de acesso à internet.
“Nosso foco está nos clientes que, hoje, moram fora da área de cobertura de empresas de fibra”, afirmou ao g1 Bruno Henriques, líder de desenvolvimento de negócios do Kuiper na América Latina. Henriques explicou que a rede também é flexível para atender governos, escolas, hospitais e empresas em áreas remotas. O grande foco será em emergências e desastres naturais.
O segmento de internet via satélite representa 1% dos acessos de banda larga fixa no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de julho de 2024. A Starlink lidera essa categoria com 44,6% de participação. O serviço de Musk quase triplicou de tamanho em um ano, passando de 90 mil acessos, em julho de 2023, para 224 mil, em julho de 2024. Autorizações e custos operacionais Ambos os serviços pagaram R$ 102 mil cada um para operar comercialmente no Brasil. Eles receberam da Anatel a permissão para oferecer serviços no país até pelo menos 2027. “A Anatel concede a outorga desde que as bandas de frequências não interfiram os serviços já implementados”, explicou Carlos Nazareth, diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), ao g1.
O Kuiper será liberado primeiro na Argentina, em meados de 2025, e no Brasil em uma segunda etapa, provavelmente no início de 2026. Clientes do Kuiper usarão antenas para se conectarem à internet. A Amazon afirma que o modelo intermediário terá capacidade de até 400 mbps, com custo de produção de US$ 400 (cerca de R$ 2,2 mil).
Serão vendidos três modelos: um compacto, do tamanho de um livro, com capacidade de 100 mbps; um intermediário, de 400 mbps; e uma versão mais avançada, de 1 gbps, voltada para usos empresariais e governamentais. A Amazon não revelou os valores das mensalidades. A Starlink cobra a partir de R$ 1 mil pelos equipamentos, além de uma mensalidade que começa em R$ 184, conforme preços de setembro de 2024. A Starlink já tem mais de 6,4 mil satélites no espaço, segundo o astrônomo Jonathan McDowell, que monitora a constelação da empresa. Amazon tem 77 missões para envio de satélites
A empresa lançou os primeiros protótipos de satélites do Kuiper em outubro de 2023. A Amazon tem mais 77 missões planejadas para enviar os 3,2 mil satélites necessários para a operação comercial. A expectativa é que cada satélite tenha uma vida útil de até dez anos, dependendo das condições espaciais. “Muita gente acha que lá no espaço, por não ter atmosfera, as condições são maravilhosas, mas não é verdade”, explicou Henriques. “Há tempestades eletromagnéticas, tempestades solares. Então, os satélites também são afetados por questões ambientais no espaço, assim como na Terra.”
O investimento total no Kuiper será de pelo menos US$ 10 bilhões, conforme revelado pela Amazon, em 2019. O valor será utilizado para fabricar satélites e antenas, além de implementar os gateways que conectam a rede de fibra ótica terrestre com os equipamentos no espaço. Na América Latina, a Vrio oferecerá o Kuiper. Pelo acordo, a venda e o atendimento serão responsabilidade da Vrio, e não da Amazon. “Temos trabalhado em uma parceria em que a Amazon coloca a infraestrutura satelital e terrestre, e nós colocamos a distribuição”, disse Lucas Werthein, vice-presidente da Vrio. Leia também: Segundo Werthein, os esforços iniciais serão focados em pequenas e médias cidades, já que as capitais brasileiras costumam ter mais conectividade. “A probabilidade de conseguir uma penetração muito alta no centro da cidade de São Paulo não será fácil”, disse Werthein
“O Brasil é um território muito grande, temos que focalizar nossas energias onde é possível chegar.”
Revista Oeste
Em breve, a Starlink vai ter um competidor de preso na América Latina: a Amazon. Isso porque, o gigante do varejo de Jeff Bezos estuda lançar o Projeto Kuiper, a partir de 2025, com previsão de chegada ao Brasil no ano seguinte. O Kuiper e a Starlink compartilham várias características, como a utilização de pequenos satélites em órbita terrestre baixa e o foco em áreas com pouca oferta de internet. Ambas as empresas também têm como alvo governos como clientes. + Leia mais notícias de Tecnologia em Oeste Segundo o portal g1, a Amazon pretende operar 3,3 mil satélites que funcionarão em movimentos coordenados no espaço. Os satélites do Kuiper estarão entre 590 quilômetros (km) e 630 km da Terra, enquanto os da Starlink operam a 550 km. A proximidade com a Terra reduz a latência, importante para chamadas de vídeo e jogos on-line. A velocidade de download do Projeto Kuiper será de até 1 gigabit por segundo (gbps), quatro vezes o limite da Starlink, que alcança até 220 megabits por segundo (mbps). Na prática, a Starlink tem uma média de 70 mbps, conforme dados da SpeedTest do primeiro trimestre de 2023. Conexão e planos de operação na América Latina A conexão será feita por um terminal que pode ter o tamanho de um livro, embora essa versão alcance apenas até 100 mbps. A Vrio, dona da operadora de TV por satélite Sky, atenderá os clientes na América Latina. A empresa firmou um acordo com a Amazon na região. A Amazon vai lançar o Kuiper em sete países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Uruguai. A Starlink, por sua vez, já está disponível em mais de 80 países. No Brasil, os provedores devem se concentrar primeiro em regiões com baixos índices de acesso à internet.
“Nosso foco está nos clientes que, hoje, moram fora da área de cobertura de empresas de fibra”, afirmou ao g1 Bruno Henriques, líder de desenvolvimento de negócios do Kuiper na América Latina. Henriques explicou que a rede também é flexível para atender governos, escolas, hospitais e empresas em áreas remotas. O grande foco será em emergências e desastres naturais. O segmento de internet via satélite representa 1% dos acessos de banda larga fixa no Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de julho de 2024. A Starlink lidera essa categoria com 44,6% de participação. O serviço de Musk quase triplicou de tamanho em um ano, passando de 90 mil acessos, em julho de 2023, para 224 mil, em julho de 2024. Autorizações e custos operacionais Ambos os serviços pagaram R$ 102 mil cada um para operar comercialmente no Brasil. Eles receberam da Anatel a permissão para oferecer serviços no país até pelo menos 2027. “A Anatel concede a outorga desde que as bandas de frequências não interfiram os serviços já implementados”, explicou Carlos Nazareth, diretor do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), ao g1. 29/09/2024, 10:54 Amazon planeja lançar internet via satélite na América Latina https://revistaoeste.com/tecnologia/amazon-planeja-lancar-internet-via-satelite-na-america-latina-para-concorrer-com-starlink/ 3/9 O Kuiper será liberado primeiro na Argentina, em meados de 2025, e no Brasil em uma segunda etapa, provavelmente no início de 2026. Clientes do Kuiper usarão antenas para se conectarem à internet. A Amazon afirma que o modelo intermediário terá capacidade de até 400 mbps, com custo de produção de US$ 400 (cerca de R$ 2,2 mil).
Serão vendidos três modelos: um compacto, do tamanho de um livro, com capacidade de 100 mbps; um intermediário, de 400 mbps; e uma versão mais avançada, de 1 gbps, voltada para usos empresariais e governamentais. A Amazon não revelou os valores das mensalidades. A Starlink cobra a partir de R$ 1 mil pelos equipamentos, além de uma mensalidade que começa em R$ 184, conforme preços de setembro de 2024. A Starlink já tem mais de 6,4 mil satélites no espaço, segundo o astrônomo Jonathan McDowell, que monitora a constelação da empresa. Amazon tem 77 missões para envio de satélites A empresa lançou os primeiros protótipos de satélites do Kuiper em outubro de 2023. A Amazon tem mais 77 missões planejadas para enviar os 3,2 mil satélites necessários para a operação comercial. A expectativa é que cada satélite tenha uma vida útil de até dez anos, dependendo das condições espaciais. “Muita gente acha que lá no espaço, por não ter atmosfera, as condições são maravilhosas, mas não é verdade”, explicou Henriques. “Há tempestades eletromagnéticas, tempestades solares. Então, os satélites também são afetados por questões ambientais no espaço, assim como na Terra.”
O investimento total no Kuiper será de pelo menos US$ 10 bilhões, conforme revelado pela Amazon, em 2019. O valor será utilizado para fabricar satélites e antenas, além de implementar os gateways que conectam a rede de fibra ótica terrestre com os equipamentos no espaço. Na América Latina, a Vrio oferecerá o Kuiper. Pelo acordo, a venda e o atendimento serão responsabilidade da Vrio, e não da Amazon. “Temos trabalhado em uma parceria em que a Amazon coloca a infraestrutura satelital e terrestre, e nós colocamos a distribuição”, disse Lucas Werthein, vice-presidente da Vrio. Leia também: Segundo Werthein, os esforços iniciais serão focados em pequenas e médias cidades, já que as capitais brasileiras costumam ter mais conectividade. “A probabilidade de conseguir uma penetração muito alta no centro da cidade de São Paulo não será fácil”, disse Werthein
“O Brasil é um território muito grande, temos que focalizar nossas energias onde é possível chegar.”
Revista Oeste