sexta-feira, 27 de setembro de 2024

'Israel busca a paz, mas luta contra selvagens', diz Netanyahu, em discurso na ONU

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciou, nesta sexta-feira, 27, o que chamou de “selvageria” dos grupos terroristas apoiados pelo Irã que atacam Israel. Netanyahu fez a declaração durante seu discurso na AssembleiaGeral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, da qual, conforme disse, decidiu participar para mostrar ao mundo “verdades” sobre Israel. Antes, ele havia se encontrado com políticos, como o presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro holandês, Dick Schoof. 

Ele afirmou buscar a paz, mas garantiu que, neste momento e nestas condições, não haverá cessar-fogo. Israel, segundo o primeiroministro, continuará a lutar para garantir a segurança de seus cidadãos. “Israel busca a paz, mas luta contra ‘inimigos selvagens’”, declarou o primeiro-ministro, que no início recebeu vaia de algumas delegações contrárias às ações de Israel. Depois, alguns deixaram o local. A delegação do Brasil não estava presente, assim como a do Irã.

Isso, no entanto, não tirou a convicção de Netanyahu em seu discurso. E ele se dirigiu diretamente ao Irã. Foi aplaudido pela maioria dos que permaneceram. “”Se vocês [Irã] nos atacarem, nós atacaremos. Não há lugar no Irã que nós não possamos alcançar. Isso é verdade para todo o Oriente Médio.” Netanyahu afirmou ainda que Israel não aceitará ser tratado como vítima indefesa e que enfrentará seus inimigos com determinação. Colocou como ponto de partida a “maldição” de 7 de outubro, quando o grupo terrorista Hamas invadiu Israel e assassinou cerca de 1,2 mil pessoas, além de sequestrar mais de 250.

 O primeiro-ministro considerou que, desde então, o Hezbollah, em solidariedade ao Hamas, intensificou seus ataques a mísseis a Israel. Ele resumiu a atual reação israelense no Líbano, para neutralizar o Hezbollah, com a palavra “chega”. O primeiro-ministro se referiu aos cerca de 70 mil moradores do norte de Israel que se tornaram refugiados. “Por quanto tempo o governo norte-americano toleraria isso?” “Vim aqui para dizer, chega, não descansaremos até que nossos cidadãos retornem em segurança para suas casas”, ressaltou. 

“Longe de sermos cordeiros levados ao matadouro, Israel vai lutar. Estamos vencendo”, afirmou ele, em referência às respostas aos constantes ataques do Hamas e do Hezbollah. Netanyahu utilizou seu tempo na ONU para reforçar a mensagem de que Israel está em uma batalha crucial não apenas para seu futuro, mas para a estabilidade da região e do Ocidente. E falou em união futura entre judeus e muçulmanos. Neste momento, no entanto, ele conclamou o Conselho de Segurança da ONU que imponha sanções ao Irã para impedir que o país tenha acesso a armamento nuclear. Netanyahu mostrou dois mapas simbólicos durante seu discurso. O primeiro, intitulado “a maldição”, mostrava a expansão da influência iraniana por meio de seus aliados terroristas. 

O segundo mapa, chamado de “a bênção”, destacava o potencial para a paz e normalização das relações entre Israel e os países árabes, entre eles, a Arábia Saudita.

Segurança da população 

Ao concluir, Netanyahu reforçou a posição de Israel como um país que continuará lutando pela segurança de sua população, ao mesmo tempo em que busca construir novas pontes diplomáticas na região. A guerra pode acabar agora, disse, se o Hamas se render, libertar os reféns e depuser as armas. Se não, Israel continuará até a “vitória total”. 

Isto inclui também o Hezbollah, afirmou, ao realçar a ameaça global que o grupo terrorista representa. “Por 18 anos, o Hezbollah se recusou descaradamente a implementar a Resolução 1.701, do Conselho de Segurança da ONU”, observou. Nesta resolução, a ONU pede respeito à Linha Azul, o desarmamento de todas as milícias no Líbano e o fim do tráfico de armas na região. A Linha Azul, estabelecida em 2000, divide o Líbano de Israel e das Colinas de Golã. De acordo com Netanyahu, o Hezbollah “coloca um míssil em cada cozinha, um foguete em cada garagem, pondo em risco o próprio povo.'” 

“Enquanto o Hezbollah escolher o caminho da guerra”, Israel tem todo o direito de devolver seus cidadãos em segurança. Israel, nesta fase, eliminou altos-comandos militares e destruiu foguetes do grupo. 


Revista Oeste