sábado, 21 de setembro de 2024

No circo de Datena e Pablo Marçal, os palhaços somos nós

 


www.otempo.com.br



No circo de José Luiz Datena e Pablo Marçal, os palhaços somos nós, os pagadores de impostos que sustentamos um sistema político que vem selecionando os piores desde a redemocratização. A saber, os mais ignorantes, os mais incapazes, os mais desonestos. O resultado é este que se vê: um circo de horrores do qual José Luiz Datena e Pablo Marçal são ilustração: serzinhos estridentes, que divertem quem não enxerga o tamanho da tragédia. + Leia notícias de Política em Oeste Assim como a fauna restante de candidatos nas diferentes cidades, eles são produto do conjunto de organizações que se autodeclaram partidos, embora o seu único programa seja avançar sobre o dinheiro público, explicitando pornograficamente o patrimonialismo de que são herdeiros. Supostamente nascido para contrapor-se a tal estado de coisas, o discurso antissistema integra-se ao sistema e o degenera ainda mais com os seus outsiders de araque.

Quem são Datena e Pablo Marçal 21/09/2024, 20:33 Mario Sabino: 'No circo de Datena e Pablo Marçal, os palhaços somos nós' https://revistaoeste.com/politica/no-circo-de-datena-e-pablo-marcal-os-palhacos-somos-nos/ 2/7 O apresentador de programas policiais José Luiz Datena é uma apelação oportunista do PSDB, o partido que nasceu para espelhar a social-democracia europeia e que acabou em cena de telecatch. Pablo Marçal, sujeito sem profissão definida, mas muito rentável na sua indefinição, é um avatar de Jair Bolsonaro. Almeja ter vida própria e continuar reproduzindo a miséria intelectual da direita brasileira. Ambos são coadjuvantes pequenos neste espetáculo de depravação institucional a que assistimos, censurados por ordem judicial, enquanto o país arde literalmente, queimado também nas suas finanças por um Parlamento que seria virtuoso se fosse apenas concupiscente e pelo governo dessa esquerda interminável no seu anacronismo, na sua incompetência e na sua má-fé. A cadeirada que José Luiz Datena desferiu em Pablo Marçal foi um número histriônico, mais um, do circo brasileiro no qual o palhaço sou eu, é você, somos todos nós, apesar das aparências em contrário.


Mário Sabino, Revista Oeste