sexta-feira, 14 de abril de 2023

'Quando US$ 10 bilhões é ‘pouco’, por Bruno Meyer

Foto: Montagem Revista Oeste/Tada Images/Shutterstock


O óleo de palma brasileiro em Londres e as lições de liderança dos cavalos


Os US$ 10 bilhões investidos pela Microsoft na OpenAI já valorizaram cerca de US$ 200 bilhões. Essa é a conta feita por especialistas, ao analisarem a valorização do gigante de tecnologia cofundado por Bill Gates, desde que anunciou o aporte no laboratório por trás do ChatGPT. Com isso, confirma o que o fundador e CEO da brasileira Semantix, Leonardo Santos, disse na semana da transação, quando questionado se a empresa não tinha pagado demais pelo negócio. “A Microsoft pagou é pouco”, disse Santos. 

Conversa de boteco

Desde o anúncio do investimento bilionário da Microsoft, em 23 de janeiro, inteligência artificial virou conversa de boteco — e deve ser uma das expressões mais faladas e buscadas em 2023. E com ela vem uma série de questionamentos sobre seu uso, como a famosa carta assinada por Elon Musk e mil nomões corporativos: “Ninguém, nem mesmo seus criadores, pode entender, prever, ou controlar, de forma confiável”. 

Caminho sem volta 

Um recente estudo do banco Goldman Sachs afirma que 300 milhões de empregos podem ser impactados pela inteligência artificial, o que representa 18% dos cargos de trabalho pelo mundo. “Esses questionamentos estão apenas no início”, diz Santos, da Semantix, empresa especializada em dados e inteligência artificial listada na Bolsa de Tecnologia de Nasdaq, em Nova Iorque, e que tem uma plataforma de análise de dados. “É um caminho sem volta, é muito difícil parar esse uso, o desenvolvimento da IA; mas o alerta é importante para auditar, gerenciar, administrar esses modelos que estão por trás dessas inteligências como um todo.”

Leonardo Santos, da Semantix: a educação precisa ser repensada pós-inteligência artificial | Foto: Divulgação

O déficit e a demanda 

Maior especialista no tema no país, Leonardo Santos diz que a preocupação com a tecnologia é natural — e a adaptação já acontece. “Temos um déficit gigante de profissionais de tecnologia, e claro precisa ser migrado”, diz Santos. “A educação vai ser fundamental nessa etapa. Vai ser preciso repensar a educação atual, para incluir esse novo conhecimento, para se adaptar a essa demanda de mercado que está vindo como um todo. Esse déficit só vai aumentar, porque a tecnologia só está no início.” Em tempo: escolas brasileiras, especialmente as de mensalidade bem salgadas, já incluem a inteligência artificial em disciplinas exclusivas para elas. 

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Milton Steagall, da BBF: a palma de óleo emprega milhares de profissionais | Foto: Divulgação

O papel da palma de óleo

O empresário Milton Steagall vai ser uma das atrações na próxima semana do Lide Brazil Conference London, organizado pelo Lide, em Londres. O fundador e CEO da BBF vai responder qual é o papel do Brasil no agronegócio sustentável da Amazônia e a importância de seu negócio com o cultivo da palma de óleo, que tem transformado o desenvolvimento da Região Norte do Brasil, com emprego e renda. 

A aposta do semestre

Será lançado neste mês o livro Pense Como um Cavalo, do adestrador norte-americano Grant Golliher, conhecido por ensinar lições para celebridades e executivos por meio do treinamento de equinos. Essa é a maior aposta da Sextante para este semestre. A escolha mostra que a categoria autoajuda segue forte no Brasil, com um adendo contemporâneo: livros corporativos e de empreendedorismo.

Livro "Pensando Como um Cavalo", de Grant Golliher
Livro Pense Como um Cavalo, de Grant Golliher | Foto: Divulgação

A liderança… 

No livro, Golliher conta a história de como os cavalos ensinam sobre liderança. “A linguagem corporal pode influenciar a forma como você lidera”, escreve. “Líderes transparentes fazem com que as pessoas se sintam mais seguras.” 

…e a liberdade

Golliher trata ainda de liberdade no seu título: “Os cavalos aprendem muito rapidamente que, para ganhar a liberdade que eles tanto buscam, eles só precisam fazer a escolha certa”.

Faro para sucessos

A Sextante — uma das credoras da Americanas, com mais de R$ 8 milhões a receber — sempre costuma ser observada pelo mercado editorial, pelas apostas dos irmãos-sócios Marcos e Tomás Pereira. A dupla é famosa por comprar os direitos de títulos estrangeiros a preço de banana que viram fenômenos editoriais, como O Código da Vinci, de Dan Brown, adquirido por US$ 5 mil e que vendeu milhões de exemplares no Brasil. 

bruno@revistaoeste.com 

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