segunda-feira, 29 de agosto de 2022

A fuga de jovens da Argentina

Quase 80% dos jovens argentinos entre 15 e 24 anos admitem que podem sair do país

O país enfrenta uma inflação maior do que a da Venezuela
O país enfrenta uma inflação maior do que a da Venezuela | Foto: Pixabay

Quase 80% dos jovens argentinos entre 15 e 24 anos admitiram que podem sair do país. É o que mostrou uma pesquisa da Fundação Colsecor, publicada neste mês. No levantamento, 50% afirmaram que “com certeza sairiam”, enquanto 28% disseram que “provavelmente sairiam”. O número é maior que o contabilizado em 2021, quando 60% dos jovens informaram que poderiam se mudar da Argentina.

“Os jovens são os menos esperançosos”, informou a fundação. “Eles estão sofrendo com o clima social agitado que a Argentina está vivendo no momento. O sentimento de pessimismo é mais encontrado nas grandes cidades da nação.”

A pesquisa mostrou, contudo, que, com o aumento da faixa etária, menos pessoas buscam sair do país. Entre os adultos de 25 a 39 anos, cerca de 30% alegaram que “com certeza” sairiam; já com os argentinos entre 40 e 59 anos, 26%. Por fim, aproximadamente 20% dos argentinos com mais de 60 anos disseram haver a possibilidade.

Outro dado que o estudo divulgou foi quanto ao nível de otimismo do argentino. Na média de todas as idades, apenas 20% disseram pensar positivo em relação ao futuro do país “em todo tempo”. O número mais baixo é protagonizado pelos jovens, 15 a 24 anos, faixa etária em que 9% afirmaram ter esperança em dias melhores para a Argentina.  

Inflação na Argentina

Um dos principais desafios do país é a economia. A inflação na Argentina, por exemplo, já é maior que a da Venezuela. Em julho deste ano, o índice chegou a 7,4%, maior valor para o mês em 30 anos. Com isso, a nação alcançou a marca de pouco mais de 70% nos últimos 12 meses, contra quase 65% registrados pelos venezuelanos.

Segundo economistas, a expectativa é que a inflação argentina possa fechar o ano acima dos 80%. Entre as principais medidas do presidente da Argentina, Alberto Fernández, para combater a inflação no país estão: controlar preços nos supermercados, limitar a quantidade de dólares em circulação e cobrar impostos sobre as exportações de produtos agrícolas.

Revista Oeste