Em um ano, 130 mil pessoas decidiram escapar da ditadura de Nicolás Maduro e enfrentar a longa travessia até a fronteira com o México
O Wall Street Journal publicou hoje uma longa reportagem sobre a crescente fuga de venezuelanos em direção aos EUA. Entre abril de 2021 e fevereiro de 2022, 130 mil pessoas decidiram escapar da ditadura de Nicolás Maduro e enfrentar a longa travessia até a fronteira com o México.
A onda aproveita a política menos restritiva do governo Joe Biden com relação à imigração ilegal. Entre abril de 2021 e março de 2022, apenas 4.470 venezuelanos foram apreendidos na fronteira norte-americana. Mesmo assim, formam o segundo maior grupo de imigrantes, atrás apenas dos mexicanos.
A reportagem foca na saga da família de José Lopez, que atravessou quase 6,5 mil quilômetros a pé e de ônibus para cruzar toda a América Central e o México até os EUA. Segundo o texto, assinado por
eJosé Lopez reclamou que os venezuelanos são maltratados na Colômbia, no Peru e no Equador. E que seus direitos são respeitados nos EUA. Niurka Meléndez, que chefia um grupo de apoio a imigrantes em Nova
falou ao WSJ sobre um problema adicional: “Somos um alvo para os contrabandistas de pessoas, que por apenas US$ 2,5 mil vendem pacotes turísticos para o sonho norte-americano. Se eu disser que vou para lá, um grupo criminoso do crime organizado vai me transportar, porque eles me veem como dinheiro em caixa.”O sonho norte-americano parece estar cada vez mais forte para os venezuelanos em fuga. Um fugitivo político conta que foi muito bem recebido pelas autoridades dos EUA: “A comida era boa, eles nos deram suco, cereais e muito conforto. Nós tínhamos televisão e tudo mais. Era um hotel cinco-estrelas”.
Dagomir Marquezi. Revista Oeste