O complexo da soja é o carro-chefe dos embarques internacionais
As exportações do agronegócio somaram quase US$ 34 bilhões no primeiro trimestre de 2022. Essa marca é a maior para os três primeiros meses do ano desde 1997, quando teve início o acompanhamento feito pela plataforma Agrosat, do governo federal. No ano passado, houve o recorde anterior: US$ 23 bilhões.
O faturamento do agronegócio, além de contemplar a produção nas lavouras e criações de animais, também soma o resultado de processos industriais com matérias-primas de origem agrícola.
Respondendo por 40% de toda a receita, o complexo da soja trouxe quase US$ 14 bilhões. O montante é formado pela exportação de grãos (cerca de US$ 11 bilhões) e o restante da cadeia produtiva, envolvendo óleos e farelos (próximo de US$ 3 bilhões).
Na segunda posição aparecem as carnes (mais de US$ 5 bilhões), seguida de produtos florestais, como borracha, papel, celulose e madeira (aproximadamente US$ 4 bilhões), café (pouco acima de US$ 2 bilhões) e o complexo sucroalcooleiro, formado por álcool e açúcar (praticamente US$ 2 bilhões).
Antonio Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, explica que o aumento da procura impulsionou o recorde. Apesar desse crescimento, os países compradores permanecem praticamente os mesmos que os do primeiro trimestre de 2021.
“Somos um país com grande capacidade de produção, qualidade e preço competitivo”, argumenta Luz. “Assim como há uma corrida pelo dólar nas crises, também existe uma corrida dos países para o mercado brasileiro para garantir o abastecimento de alimentos.”
Principais destinos para as exportações do agronegócio
A China segue como o maior impulsionador das exportações do agronegócio brasileiro, com compras que somam um valor pouco acima de US$ 11 bilhões. Em seguida, aparecem União Europeia (pouco menos de US$ 6 bilhões) e Estados Unidos (mais de US$ 2 bilhões).
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Artur Piva, RevistaOeste