Entidade também é investigada por contratos firmados com o Estado do Rio de Janeiro durante a pandemia
O Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas) poderá ter seu sigilo bancário e fiscal quebrado. O pedido foi protocolado na manhã desta terça-feira, 1º, pelo presidente da CPI das quarteirizações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Edmir Chedid (DEM). “A partir dos dados que levantarmos com essa quebra de sigilo, poderemos pedir outras. De outros CNPJs e de pessoas físicas que, porventura, tenham feito movimentações financeiras suspeitas com o Iabas”, afirma Chedid.
O alvo das investigações são as contas de um contrato celebrado entre a prefeitura da capital paulista e o Iabas para movimentar recursos na implantação e gerenciamento do Hospital de Campanha do Anhembi entre os meses de abril a agosto de 2020.
CPI das Quarteirizações na Alesp
A CPI das Quarteirizações acontece na Alesp e investiga irregularidades no uso de verbas estaduais em contratos com o terceiro setor. Entre março e agosto deste ano, “foram transferidos aproximadamente R$ 123 milhões de recursos estaduais para o Fundo Municipal de Saúde para enfrentamento da COVID-19”, esclarece o documento.
Chedid justifica o pedido de quebra de sigilo com base no depoimento dado à CPI pelo presidente do Iabas, Cláudio França. “[Ele] assumiu práticas que levantam suspeita sobre ter ocorrido duplicidade de pagamento pelos mesmos serviços, exemplo do deslocamento de profissionais de outras unidades gerenciadas pela OS [Organização Social] para o Hospital de Campanha do Anhembi, bem como desvio de recursos públicos do contrato firmado em São Paulo para pagamento de serviços de advocacia de interesse particular e relacionado a defesas promovidas em contratos celebrados em outro Estado”, atesta a petição do parlamentar.
A suspeita de desvios de recursos na gestão do Hospital de Campanha do Anhembi não é a primeira investigação sobre o Iabas. Conforme publicado em Oeste, o instituto também é alvo de investigações do Ministério Público Federal, em contratos para a implantação de hospitais de campanha no Rio de Janeiro.
Artur Piva, Revista Oeste