sexta-feira, 15 de maio de 2020

De 39 municípios da região metropolitana de SP, 32 não querem lockdown

Desse total, cinco não se pronunciaram e só Rio Grande da Serra, além da capital, se mostrou favorável à paralisia completa do município
Bruno Covas
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, só tem Rio Grande da Serra apoiando a ideia de um lockdown da região metropolitana do Estado | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A adoção do lockdown, nova ameaça imposta pelo governador de São Paulo, João Doria, não é bem vista pela maioria dos prefeitos das cidades da região metropolitana da capital. Apenas a capital paulista, do prefeito e ex-vice de Doria Bruno Covas, e Rio Grande da Serra apoiam a ideia, entre os 39 municípios.
Covas já avisou que se o confinamento social continuar abaixo do que a gestão entende como ideal, vai colocar a capital, com o auxílio do governo estadual, no bloqueio total. Porém, o prefeito está ciente de que, se colocar a cidade em lockdown, mas não colocar os municípios vizinhos junto, de nada vai adiantar, já que a circulação de pessoas vindas da Grande São Paulo faria com que a disseminação do vírus continuasse a mesma.
Para a maioria das prefeituras, a possibilidade deve ser considerada se a ocupação dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) chegar mais perto do limite. O índice é de 85,5% na rede estadual da região, mas a chega a 89,9% na capital.
“Para decretar o lockdown, o primeiro problema é a falta de leitos hospitalares e de UTI – até porque aí você deixa de ter onde atender a população – o que não é o meu caso”, esclarece o prefeito de São Bernardo do Campo. “Neste momento, não teria nenhum sentido o lockdown e tampouco o rodízio (ampliado de veículos), tanto é que nós não implementamos.”
Já o prefeito de Diadema, Lauro Michels, cobra uma justificativa e estudos técnicos que corroborem a decisão. “Temos que respeitar a doença, mas se for para fazer um lockdown para voltar e ficar do jeito que está agora, não sei como vai terminar o ano. A arrecadação cai a cada dia, as contas chegam.”
“Não sou favorável ao lockdown. Só se for a última, última medida a ser tomada por conta do crescimento de óbitos em Mogi das Cruzes ou nas cidades vizinhas.”, frisa o prefeito da cidade, Marcus Melo, que tem apenas 50% dos leitos de UTI ocupados no município.
Até o momento, nenhum dos prefeitos foi consultado por Bruno Covas ou João Doria sobre a possibilidade de uma paralisação total.

Revista Oeste



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