Dívida pública é de US$ 65 bilhões; caso não haja consenso entre as partes, o país pode entrar em default pela nona vez
Os três principais detentores de títulos públicos da Argentina rejeitaram ontem a proposta do governo federal para renegociar a dívida externa do país no valor de US$ 65 bilhões (o equivalente a R$ 361 bilhões).
No mês passado, os peronistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner propuseram aos credores três anos de moratória no serviço da dívida externa. Pediram, ademais, desconto de 62% sobre o total de juros e de 5% sobre o estoque de dívida.
Contudo, receberam a resposta de que esse planejamento impõe “perdas desproporcionais”. Na visão dos credores, o prejuízo que terão não é justificado e nem necessário. O Ministério da Economia da Argentina deu até sexta-feira 8 para renegociarem o acordo.
Caso não haja consenso entre as partes, que demonstram intransigência, o país pode entrar em default pela nona vez (na área de economia, esse termo significa o não cumprimento da cláusula de um contrato de empréstimo por parte do devedor). Em bom português: calote.
O primeiro caso argentino de “levar e não pagar” foi registrado em 1827. O mais recente em 2014, durante o segundo mandato de Cristina Kirchner à frente da Casa Rosada.
Cristyan Costa, Revista Oeste