Ao assistir o belo, denso e tenso filme “O Irlandês”, de Martin Scorsese, meus ouvidos reconheceram na trilha de uma cena de bar, um chorinho bem brasileiro. Mesmo transformado num arranjo para orquestra.
Falei para minha companheira, Carmola, que estavam tocando um chorinho. Mais preocupada com a cena, Carmola me chamou à atenção para não desviarmos da trama. Me bateu uma incerteza, já que Carmola é uma especialista em música e cinema.
Seguimos em frente, vendo as trajetórias dos personagens mafiosos comandados por Robert De Niro, Al Pacino e Joe Pesci.
No final, nos créditos, lá estava: “Delicado” de Waldir Azevedo (autor de “Brasileirinho”) e Jack Lawrence. Dei um grito como se fosse um gol do meu Santos Futebol Clube.
É lindo ver uma obra tão bonita de um brasileiro contemplada num “puta” filme de um dos maiores cineastas de todos os tempos.
Vejam abaixo “Delicado” em dois momentos: tocado por Waldir Azevedo e com com arranjo de Percy Faith, tocado no filme.
Por Washington Luiz de Araújo, jornalista Bem Blogado