sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Bolsonaro decide prorrogar Exército no Ceará por mais uma semana

O presidente Jair Bolsonaro decidiu nesta sexta-feira (28) prorrogar por mais oito dias a GLO (Garantia da Lei e da Ordem) que autoriza o emprego das Forças Armadas e da Força Nacional para reforçar a segurança do Ceará, que enfrenta um motim de policiais militares desde a semana passada.
Na quarta (26), o governador Camilo Santana (PT) pediu ao governo federal a prorrogação da GLO em território cearense. Em sua live semanal, na quinta-feira (27), porém, Bolsonaro criticou esse tipo de ação, sinalizando que poderia não prorrogar o decreto, que expira nesta sexta.

Presidente Jair Bolsonaro em reunião com Fernando Azevedo, Ministro de Estado da Defesa
Marcos Corrêa - 27.fev.2020/Presidência da República
"A GLO no Ceará vence amanhã [sexta], os oito dias da GLO, e a gente espera que o governador resolva esse problema da PM do Ceará e bote um ponto final nessa questão. Porque GLO não é para ficar eternamente atendendo um ou mais governadores. GLO é uma questão emergencial", disse.
A decisão de prorrogação do decreto foi tomada pelo presidente durante reunião no Palácio do Planalto na manhã desta sexta, com participação dos ministros Sergio Moro (Justiça), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e André Mendonça (AGU).
"O que eu pretendo do Parlamento brasileiro para eu poder ter tranquilidade para assinar GLO, porque nesse momento eu não tenho tranquilidade, nós queremos atender os governadores, mas os governadores têm que ter ciência de que precisam nos apoiar para que o Parlamento vote o excludente de ilicitude", disse.
O ministro Sergio Moro afirmou por meio de sua assessoria que "o governo federal está agindo para resolver o problema, dando o apoio necessário à população, conversando com os envolvidos, e não pretende discutir o assunto por meio da imprensa ou para fazer política partidária."  
Moro visitou o Ceará na segunda-feira (24) e se reuniu com o governador Camilo Santana (PT). Na viagem, o ministro da Justiça disse que o governo federal atua para "serenar os ânimos, não para acirrar" a situação no estado.

Com informações de Talita Fernandes, Folha de São Paulo