Em reunião da bancada nesta quinta-feira (14), o PMDB decidiu que vai orientar voto a favor da continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada pelo líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que é pessoalmente contrário ao afastamento de Dilma. Segundo ele, a maioria da bancada se manifestou favoravelmente à continuidade do processo.
"Cerca de 90% da bancada defendeu o impeachment", disse Picciani, destacando que ele manifestará como líder a posição da maioria, mas votará, como deputado, a favor governo Dilma.
Não haverá, porém, o chamado “fechamento de questão”, quando os deputados podem sofrer punição e até serem expulsos da legenda caso não sigam a orientação partidária. Segundo o deputado José Prianti (PMDB-PA), vários deputados defenderam uma posição mais firme, com fechamento de questão, mas ele ponderou que isso só poderia ser definido pela Executiva Nacional do partido. "Foram vários discursos pró-impeachment e alguns deputados queriam uma posição mais radical", disse.
Apesar da maioria em prol do impeachment, ministros do PMDB disseram, na reunião, que vão votar pelo arquivamento do processo. Para garantir votos, Dilma exonerou ministros do governo que têm mandato na Câmara para reassumirem o cargo de deputados e votarem contra o impeachment no fim de semana. Três dos ministros exonerados são do PMDB: Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil).
Rompimento
No dia 29 de março, o PMDB oficializou o rompimento com o governo Dilma Rousseff. O desembarque foi articulado pessoalmente pelo vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB.
No dia 29 de março, o PMDB oficializou o rompimento com o governo Dilma Rousseff. O desembarque foi articulado pessoalmente pelo vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB.
O Diretório Nacional do partido exigiu ainda que os peemedebistas entregassem cargos e ministérios, mas os ministros do partido se negaram a deixar os postos. Alguns deputados também permaneceram fiéis a Dilma, liderados por Leonardo Picciani.
Apesar disso, a pressão para defender o rompimento e facilitar a ascensão de Michel Temer à Presidência aumentou nas últimas semanas e facilitou a decisão para que a orientação na votação do impeachment em plenário fosse favorável à continuidade do processo.