quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

Mandetta assume Ministério da Saúde e afirma compromisso com fé, pátria e família

O novo ministro da Saúde Henrique Mandetta afirmou nesta quarta-feira, 2, que sua gestão terá um compromisso grande com a família, fé e pátria e garantiu que não haverá retrocesso na Saúde. Em seu discurso de transmissão de posse, ele defendeu a necessidade de se garantir a equidade no Sistema Único de Saúde (SUS). “Não tem retrocesso, vamos cumprir a Constituição e é isso que pede o presidente”, disse. Ele salientou não haver “verdades absolutas” abaixo da Constituição e defendeu tratamentos diferentes para desiguais.
Luiz Henrique Mandetta
Uma das prioridades de Mandetta à frente do ministério será a realização de um 'choque de gestão' em hospitais federais no Rio Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara
Médico ortopedista, Luiz Henrique Mandetta é ex-secretário de Saúde de Campo Grande (MS) e foi por duas vezes deputado federal pelo DEM. No parlamento, foi uma das vozes contrárias à criação do Mais Médicos, programa que agora ele pretende modificar. Na eleição do ano passado, Mandetta não se candidatou à reeleição e colaborou com o programa de governo de Jair Bolsonaro, na área da saúde. 
Na semana passada, ao apresentar as prioridades para a pasta que agora chefia, Mandetta afirmou que irá coordenar um “choque de gestão”, com a unificação de compras e revisão de contratos nos seis hospitais federais do Rio. 
Ao contrário de antecessores, Mandetta tem uma relação estreita com o Conselho Federal de Medicina. Essa proximidade se solidificou na campanha contrária ao Mais Médicos e ficou patente no discurso de transmissão de cargo nesta quarta.”Medicina não se ensina de atacado, não se aprende de orelhada”, afirmou, numa clara referência à expansão das faculdades. 
Na despedida do cargo, o agora ex-ministro Gilberto Occhi fez um discurso afinado com seu sucessor. Disse ser favorável às bandeiras já anunciadas por Mandetta: a reformulação do Mais Médicos, o reforço na atenção básica e a revisão dos hospitais federais.
“Dentro daquilo que eu ouvi você falar nos últimos dias, concordo plenamente com a revisão dos hospitais e institutos federais no Rio de Janeiro, do programa Mais Médicos, com a saúde da Família sendo cada vez mais reforçada, o programa de vacinação e também a gestão da informação do ministério para que a gente possa ser mais eficiente e usar os recursos da melhor maneira possível”.

Com voz embargada, Occhi afirmou ter dado a Mandetta uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida e citou como desafios avançar na rotulagem de alimentos e na informatização da saúde.

Lígia Formenti, O Estado de S.Paulo