terça-feira, 24 de outubro de 2017

Fórum debate operações Mãos Limpas e Lava Jato. Justiça sem fim é Justiça nenhuma', afirma Moro. Siga

Moro, Gherardo Colombo, Piercamillo Davigo e Dallagnol no evento do Estadão - Foto: Hélvio Romero/Estadão



O Estado de São Paulo




Vinte e cinco anos depois do início da Operação Mãos Limpas, na Itália, a corrupção mudou, mas não diminuiu no país europeu. Assim pensam dois dos principais personagens dessa história, que trabalharam na força-tarefa: Gherardo Colombo, ex-juiz e promotor, e Piercamillo Davigo, presidente da seção criminal da Corte de Cassação (o supremo tribunal italiano), convidados deste fórum. Leia mais sobre o contexto italiano aqui.

Outro convidado é o juiz federal Sérgio MoroEm entrevista ao Estado, ele afirmou que a 'vergonha está do lado de quem se opõe à Lava Jato'. O procurador da República Deltan Dallagnol, da força-tarefa da Lava Jato, também participa do fórum. Ele alerta que, apesar dos avanços da operação, 'o Congresso pode pôr tudo abaixo em uma madrugada'.
23/10/2017, 15h27

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  • 12h05
    24/10/2017
    "Não sou um motivador de multidões", diz juiz Sérgio Moro. "Não tenho nada a ver com as camisetas e tudo isso aí."
  • 12h04
    24/10/2017
    Primeira pergunta trazida pela plateia e escolhida pela colunista Eliane Cantanhêde: "A população brasileira parece sem esperanças. Como motivar a sociedade?"
  • 12h04
    24/10/2017
    'Não se pode deixar a pessoa fugir e ainda ficar com o dinheiro lá fora', diz Sérgio Moro. Magistrado afirmou que vê certa audácia de políticos que foram 'surpreendidos em esquemas criminais' e continuam audaciosos em relação às investigações. Leia mais.
    Foto: Helvio Romero/Estadão
    Helvio Romero/Estadão
  • 12h03
    24/10/2017
    Foto: Geraldo Bubniak/AGB
    Geraldo Bubniak/AGB
  • 12h01
    24/10/2017
    "Quando a corrupção e o desvio em geral é tão marcante como era na Itália, continuo a pensar que a Mãos Limpas tenha sido uma demonstração científica. Eu insistiria muito em intervir no campo da educação. A escola é determinante. Acredito que seria muito útil intervir profundamente na escola para evitar que a corrupção se difunda. Educar as pessoas a ter relacionamentos corretos", diz o ex-juiz e promotor italiano Gherardo Colombo.
  • 11h57
    24/10/2017
    "Se fala que a Lava Jato está em risco. Mas há processos julgados, pessoas responsabilizadas, pessoas aguardando pena. Já tem um resultado palpável. A grande questão é como ir adiante. Já há alguns efeitos colaterais positivos: naqueles grandes ajustes em contratos de empreiteiras com a Petrobrás, por exemplo, existia uma relação de confiança que acabou", afirma Sérgio Moro.
  • 11h53
    24/10/2017
    "Eu acredito que, sim, é possivel que continue a existir lavagem de dinheiro em grandes proporções pelos meios tradicionais", diz o procurador federal e coordenador da Lava Jato no MPF, Deltan Dallagnol. "Mas podemos continuar trbaalhando no sentido contrário."
  • 11h52
    24/10/2017
    "A mecânica do dinheiro funciona como fluidos - tendem a escapar para áreas de menor pressão. Eles vão buscar outros mecanismos de lavagem de dinheiro alternativos. Embora alguns tenham sido presos, muitos operadores ainda estão soltos. Alguns acabam com condenações prescritas", diz Dallagnol.
    Foto: Hélvio Romero/Estadão
    Hélvio Romero
  • 11h48
    24/10/2017
    "Posso proferir alguma decisão da qual as pessoas divirjam. Mas minha interpretação está ali. Nunca torço meu entendimento para chegar a alguma outra verdade. Sempre tive a pretensão de estar fazendo a coisa certa conforme a lei. (...) Sem jeitinhos, sem caminhos alternativos", afirma Moro.
  • 11h48
    24/10/2017
    "Nunca defendi publicamente, e esse é o caso dos procuradores, nunca se defendeu nada fora da lei", ressalta o juiz Sérgio Moro, questionado se é razoável pressionar os limites das leis para atingir fins benéficos.
    "Nós temos aí nossas liberdades, e as liberdades dentro do processo penal são importantes", diz Moro. "As pessoas divergem sobre a aplicação da lei, e às vezes divergem razoavelmente."
  • 11h45
    24/10/2017
    "A única ponderação que poderia fazer sobre isso, não conheço o caso a não ser pelos jornais, é que é um intrumento importante", diz o juiz federal Sérgio Moro sobre o caso JBS e o insturmento da delação premiada. "É preciso aprimorar o recurso e não, como alguns clamam, buscar sua eliminação."
  • 11h44
    24/10/2017
    "A resposta é aprimorar o instituto (da colaboração premiada), não eliminá-lo", diz Moro.
  • 11h43
    24/10/2017
    "As pessoas muitas vezes acham que há uma excessiva leniência (nos acordos de colaboração premiada). Eu acredito que, tanto quanto possível, o MP deve ser mais duro. O prolema é que muitas vezes se trabalha num contexto de impunidade, no qual é mu?ito mais difícil fazer esses acordos", diz Moro.
  • 11h42
    24/10/2017
    "O que eu vejo é uma situação muito mais desconfortável. O timing, a pressão de tempo estava do lado do procurador da República", continua Dallagnol sobre o ex-procurador Rodrigo Janot e o acordo de leniência da JBS. O procurador, no entanto, faz ressalvas sobre sua opinião do caso: "É sempre mais fácil analisar em retrospectiva."
  • 11h42
    24/10/2017
    O produrador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, em discurso durante o fórum. "É preciso ir além da Lava Jato", disse. Foto Helvio Romero/Estadao
    Helvio Romero/Estadão