André Ítalo Rocha e Altamiro Silva Junior, O Estado de S.Paulo
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta tarde de segunda-feira, 30, que considera "interessante" a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da República em 2018. "Sou candidato a fazer um bom trabalho na Fazenda, a consolidar a trajetória de crescimento da economia. É o que todo cidadão tem de fazer, ficar concentrado no seu trabalho, cumprindo bem a missão atribuída naquele momento. Nunca trabalhei com hipóteses na minha carreira", afirmou após ser questionado sobre a possibilidade de ser candidato a presidente. Em seguida, emendou: "Vice é até interessante, fui convidado para isso pelo presidente da República em 2010 e depois em 2014", disse, sem dar mais detalhes, durante evento em São Paulo. Minutos depois, Meirelles disse que a frase era uma "brincadeira".
"Foi uma mera brincadeira que eu fiz", disse ele, ressaltando que foi convidado a ser vice pelo tucano Aécio Neves (MG) em 2014 e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2010, para ser vice na chapa de Dilma Rousseff. Ao ser questionado se aceita ser candidato a vice-presidente caso seja convidado em 2018, Meirelles afirmou: "Não acredito que seja algo que tenha grande interesse da minha parte."
Sobre economia, ele afirmou que os gastos do governo com a Previdência podem a chegar a 80% do total, caso a reforma proposta pela equipe econômica não seja aprovada pelo Congresso Nacional. "Não sobra dinheiro para nada", calculou o ministro.
Meirelles disse ainda que o excesso de gastos públicos pode quebrar um País. No entanto, disse que o crescimento das despesas discricionárias nos últimos anos já foi revertido, ao citar a aprovação da chamada PEC do Teto, que limita o
Além disso, Meirelles recebeu o pedido de empresários presentes no evento para "esquecer o projeto de reoneração da folha", porque a indústria já se adaptou a essa realidade. O ministro afirmou que o governo tem recebido diversas reivindicações, que empresários que querem menos tributação, de pessoas que querem aposentadoria mais cedo, de parte da população que quer manter benefícios sociais. "Tudo isso é legítimo, mas temos que ter equilíbrio na sociedade", disse ele.
As declarações foram dadas em São Paulo, durante almoço promovido pelo Lide, grupo de líderes empresariais criado pelo prefeito João Doria (PSDB), que também estava presente. O ministro foi convidado para dar palestra sobre a situação da economia brasileira.