sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Cartão BNDES financiará projetos de inovação apoiados pela Embrapii

Rafael Andrade/Folhapress
BNDES deixou de emprestar R$ 25 bilhões em 2016 em infraestrutura
Fachada da sede do BNDES no Rio


Pequenas e médias empresas poderão usar o Cartão BNDES para financiar projetos de inovação apoiados pela Embrapii, organização social ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Acordo de colaboração entre o BNDES e a instituição será assinado nesta sexta-feira (1º) em evento da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação), ligada à CNI (Confederação Nacional da Indústria).

No modelo de apoio à inovação da Embrapii, os projetos empresariais são selecionados e executados por centro de pesquisa e desenvolvimento credenciado pela organização.

A Embrapii arca com um terço do investimento necessário, enquanto a empresa deve ser responsável por pelo menos 33% e o centro de pesquisa pelo restante —neste caso, com infraestrutura e horas de trabalho.

Atualmente são 34 centros de pesquisa credenciados —a expectativa é que outros 9 passem a integrar a lista ainda nesta sexta-feira.

Jorge Guimarães, presidente da Embrapii, afirma que a possibilidade de usar o cartão para pagamento de serviços junto ao centro de pesquisa tornará o acesso a recursos menos burocrático para pequenas empresas.

O Cartão BNDES pode ser usado em fornecedores credenciados pelo banco. Os financiamentos têm juros de 1,35% ao mês.

Em 2016, foram feitas 420 mil operações com o cartão. No período, 122 mil empresas usaram o instrumento para financiar R$ 5,6 bilhões.


PARCERIA

O acordo também prevê um maior compartilhamento de informações entre BNDES e Embrapii, com o objetivo de buscar e avaliar oportunidades para ambos.

Claudia Prates, diretora responsável pelas áreas de Indústrias de Base e de Indústria e Serviços do BNDES, diz que as organizações devem compartilhar suas carteiras de projetos para encontrar iniciativas que podem ser financiadas em conjunto.

Guimarães diz que a Embrapii buscará projetos em áreas ainda pouco representadas entre as investidas pela organização, em especial no setor químico e farmacêutico.

Do lado do BNDES, a busca será por projetos ligados a saúde, manufatura avançada e internet das coisas.

Também há possibilidade de ampliação da operação conjunta, diz Guimarães. 

Devem ser discutidos mecanismos que acelerem a aprovação de projetos que já foram apoiados pela Embrapii quando buscam financiamento do BNDES, por exemplo.

Operando há dois anos e meio, a Embrapii já apoiou 280 projetos de 170 empresas com R$ 424 milhões em investimento.

Já o BNDES viu seus desembolsos para inovação caírem 39% em 2016, como resultado da baixa demanda provocada pela crise do país. Em 2015, os financiamentos foram de R$ 6 bilhões, e de R$ 3,6 bilhões no ano passado.