Folha de São Paulo
A recessão brasileira, com umaqueda do PIB de 3,6% em 2016, foi insuficiente para brecar o crescimento do número de milionários no país no ano passado, segundo estudo.
Levantamento da consultoria Capgemini aponta que havia 164 mil milionários no Brasil no ano passado, 10,7% mais do que em 2015.
O dado chama a atenção não apenas porque o crescimento ocorreu um ano em que a economia brasileira afundou mas também porque ele foi superior à média global: 7,5%.
A explicação, porém, não é tão complicada. A ascensão dos milionários brasileiros (aqueles que têm pelo menos US$ 1 milhão em ativos, excluindo a residência principal e outros bens como coleções) se deveu à disparada da Bolsa.
A Bolsa brasileira foi a que mais subiu no mundo no ano passado, com valorização de 69% em dólar —a moeda americana serve como referência na comparação internacional para tentar amenizar as influências locais.
O crescimento do mercado foi reflexo da aposta dos investidores na melhora da economia do país, após a queda da presidente Dilma Rousseff.
A consequência foi que, dos 25 maiores países analisados pela Capgemini, o crescimento brasileiro no número de milionários só ficou atrás dos obtidos por Rússia, Noruega, Holanda, Suécia e Taiwan.
O estudo aponta ainda que "uma modesta expansão" do mercado imobiliário também ajudou para a expansão.
No ranking dos 25 países, o Brasil está em 17º lugar, imediatamente atrás de Arábia Saudita (176 mil) e Rússia (182 mil).
O levantamento destaca também que os ultrarricos (aqueles com patrimônio superior a US$ 30 milhões) brasileiros estão entre os que concentram maior parte do patrimônio dos milionários: 87,1% da fortuna dos milionários brasileiro está nas mãos desse grupo.