Após seis quedas consecutivas, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta nesta sexta-feira, reagindo a dados econômicos considerados positivos. O índice Ibovespa avançou 0,98%, aos 74.293 pontos. Com o resultado do pregão, o indicador encerrou o terceiro trimestre com uma alta acumulada de 18,11%, melhor resultado desde o terceiro trimestre de 2009.
No mês, a Bolsa subiu 4,88%, quarta alta mensal consecutiva. No ano, a valorização é de 23,3%, segundo melhor resultado entre as principais Bolsas globais, perdendo apenas para Hong Kong. No câmbio, o dólar comercial registrou desvalorização de 0,47%, cotado a R$ 3,168 para venda. Em setembro, o dólar subiu 0,6% contra o real.
— Estamos entrando em um cenário bem positivo, que torna a renda variável bem mais atrativa que no passado recente. Isso tem muito a ver com a queda de juros que está ocorrendo na economia, que dá o grande impulso. Isso porque a redução das taxas afeta tanto o acesso a capital para as empresas assim como eleva a competitividade da Bolsa com relação à renda fixa — explicou Maurício Pedrosa, estrategista da gestora Arpa Investimentos.
Setembro foi marcado pela quebra do recorde histórico do Ibovespa, que superou no dia 11 o patamar de 73.516 pontos que permanecia como seu pico desde 20 de maio de 2008.
Depois desse dia, a Bolsa seguiu renovando suas máximas e estabeleceu novo recorde no dia 20, aos 76.004 pontos. Desde então, engatou seis quedas seguidas diante da constatação de que as reformas econômicas serão adiadas por causa da fragilidade do governo e com sinais de que os EUA devem apertar seus juros.
— O mercado reagiu bem à divulgação de indicadores econômicos. Hoje, último dia do mês e também do trimestre, o mercado tenta manter o patamar conquistado este mês. Como ele chegou a uma zona de suporte depois das últimas quedas, a Bolsa está conseguindo se sustentar nesse nível — disse Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.
Na agenda doméstica, um dos destaques do dia é a taxa de desemprego medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que recuou para 12,6% no trimestre encerrado em agosto, divulgou o IBGE na manhã desta sexta-feira. A taxa correspondeu exatamente às projeções de analistas consultados pela Bloomberg. Ao cair para 13,1 milhões de pessoas, o grupo de desempregados encolheu 4,8% ou menos 658 mil pessoas em relação ao trimestre anterior. Na comparação com igual trimestre do ano passado, quando havia 12 milhões de pessoas sem emprego, o grupo teve alta de 9,1% ou mais 1,1 milhão de pessoas a procura de uma vaga.
As principais ações fecharam em em alta. A Vale subiu 0,38% (ON, a R$ 31,87), enquanto o Banco do Brasil registrou valorização de 1,07%, o Bradesco avançou 1,42%, e o Itaú Unibanco, de 0,86%.
Na Petrobras, o papel ON caiu 0,63% (R$ 15,81), e o PN recuou 0,26% (R$ 15,30).