segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

STF mantém presos executivos da Camargo Corrêa envolvidos com a quadrilha comandada pela dupla Lula-Dilma

Carolina Brígido - O Globo

Dirigentes queriam receber mesmo benefício concedido a ex-diretor da Petrobras solto em dezembro


O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou habeas corpus a dois executivos da Camargo Corrêa presos na Operação Lava-Jato: o diretor-presidente, Dalton dos Santos Avancini, e o presidente do Conselho de Administração da empresa, João Ricardo Auler. Os dois estão presos preventivamente na carceragem da Polícia Federal em Curitiba e continuarão atrás das grades por tempo indeterminado.

Os dirigentes foram presos no dia 15 de novembro, com a deflagração da sétima fase da Lava-Jato. A Camargo Corrêa é suspeita de integrar um “clube” de empreiteiras que combinava contratos com a Petrobras em troca do pagamento de propina a políticos.

No pedido feito ao STF, a defesa dos executivos argumentou que os dois estavam presos pelos mesmos motivos que ensejaram a prisão do ex-diretor da Petrobras Renato Duque.

Há duas semanas, o STF confirmou o habeas corpus concedido a Duque, por falta de fundamentação suficiente no decreto de prisão. Os executivos da Camargo Corrêa queriam obter o mesmo benefício. Na decisão, Zavascki afirmou que a situação dos executivos não é idêntica à de Duque – portanto, negou o habeas corpus.

A Operação Lava-Jato investigou esquema de desvio de recursos públicos na Petrobras. 

Há indícios de superfaturamento e pagamento de propina. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar em breve ao STF pedidos de abertura de inquérito contra autoridades suspeitas de participar do esquema. A parte da operação referente a pessoas sem direito ao foro especial está nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, de Curitiba.