quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Para estimular delação, procuradores incentivam 'corrida' entre executivos

Vera Magalhães - Folha de São Paulo


Corrida do ouro Procuradores da Operação Lava Jato incentivam uma espécie de corrida entre Ricardo Pessoa, proprietário da UTC Engenharia, e Eduardo Leite, vice-presidente da Camargo Corrêa, para ver qual dos dois fecha antes um acordo de delação premiada. Pessoa é considerado mais “promissor”, por, supostamente, possuir arsenal maior para implicar políticos de peso. Por ora, as informações de Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa atingem apenas um escalão intermediário da política.

Quem vai? A Camargo Corrêa, no entanto, está mais próxima de aceitar um acordo que reduza a pena de seus dirigentes. Não está definido se só Leite falará, ou também os demais diretores presos.

Escopo O Ministério Público ainda espera obter da Camargo um acordo em que a empresa admita, também, as irregularidades apontadas na Operação Castelo de Areia, anulada pelo STJ em 2010.

Controversa A decisão da Petrobras de bloquear as empresas investigadas na Lava Jato dificulta os acordos de leniência propostos pela CGU. No governo, o entendimento é que a sanção fixada pela estatal foi exagerada e só seria cabível quando fossem encerradas as apurações.

Pra já Aloizio Mercadante (Casa Civil) defendia a saída de Graça Foster desde o início do novo mandato, mas Dilma Rousseff resistia. A decisão de manter a presidente da Petrobras até o fim do mês também foi da petista, para dar tempo de achar o substituto.

Conjunto vazio Vários fatores dificultam a definição do nome. Além de responder por uma crise política e financeira sem precedente, o escolhido tem de aceitar chegar em uma máquina acuada e refratária a “forasteiros”.

Com o inimigo As centrais sindicais decidiram incluir Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na briga contra o governo pela derrubada das medidas que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas. Marcaram reunião com o presidente da Câmara na próxima terça.


TIROTEIO
A saída de Graça Foster afirma a autoridade de Levy, ao mesmo tempo em que mostra Dilma encurralada em seu próprio governo.
DO DEPUTADO ARTHUR VIRGÍLIO BISNETO (PSDB-AM), sobre a decisão da presidente de trocar o comando da Petrobras após denúncias sobre a estatal.