Em outubro, Dilma Rousseff tornou-se a primeira candidata da história que conseguiu irritar-se com os aplausos da plateia durante o discurso da vitória. Em janeiro, tornou-se a primeira governante da história que interrompeu o discurso de posse para dar um pito no rapaz que cuidava do microfone. No segundo mês do mandato, sem saber o que fazer com os destroços do Brasil Maravilha, a presidente anda fazendo cara feia até para manequim de vitrine.
É compreensível que conviva tão harmoniosamente com o companheiro Aloizio Mercadante. Ex-deputado federal e ex-senador, o chefe da Casa Civil virou verbete do glossário do dialeto falado no Congresso. Algum parlamentar passa por outro sem cumprimentá-lo? Está mercadante. Esbanja antipatia? Parece um mercadante. Exagera na arrogância? Ficou pior que um mercadante.
Nesta segunda-feira, o “homem forte” do governo mais fraco desde a Proclamação da República foi escalado para levar ao Congresso a mensagem presidencial lida na abertura do ano legislativo. A missão oficial embutia outra bem mais relevante.O articulador político do Planalto deveria reduzir a temperatura que mantém perto do ponto de combustão o diálogo entre a chefe do Executivo e o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
As fotos abaixo resumem a performance do ministro dicionarizado ─ e reafirmam que ninguém articula um fiasco com mais competência que Aloizio Mercadante. Inconformado com a goleada imposta pelo candidato do PMDB ao time do governo, o rosto crispado do estafeta de Dilma é um pote até aqui de ressentimento. O sorriso de Mercadante hoje aparece com menos frequência que a ararinha azul.
Essa raridade fisionômica está eternizada nos dois vídeos que completam a ilustração. No primeiro, os indicadores erguidos do passista de quinta categoria informam que o candidato a governador de São Paulo atingiu no carnaval o índice máximo de felicidade. No segundo, em que se junta a Dilma no assassinato do forró, fica evidente que a doutora em nada e o revogador do irrevogável nasceram um para o outro. Serão infelizes para sempre.

