O Globo com Reuters
Ação reflete preocupação com escândalos de corrupção, atraso no balanço auditado e aumento do endividamento
A agência de classificação de risco Moody’s informou, nesta terça-feira, o rebaixamento da nota de crédito da Petrobras, agora considerada de grau especulativo. A ação reflete a preocupação com as investigações de corrupção, atraso no balanço auditado e aumento do endividamento da estatal.
Segundo a Moody's, a nota da Petrobras pode receber um upgrade desde que a estatal consiga "lidar conclusivamente com os riscos de liquidez no curto prazo". Mas ressalvou que dificilmente haveria o retorno ao grau de investimento, já que a empresa deve "encarar estresses continuados relacionados à investigação de corrupção" e a seu alto endividamento.

O rating da dívida da Petrobras foi rebaixado em dois degraus para Ba2, ante Baa3. A Moody's manteve a classificação da estatal em revisão para novo rebaixamento.
A Fitch, outra agência de classificação de risco, já havia rebaixado a nota da Petrobras de “BBB” para “BBB-” no começo do mês. Na época, a Fitch ainda colocou o rating sob perspectiva negativa. A justificação dada foi “a crescente e prolongada incerteza com relação à habilidade da Petrobras de estimar e registrar um ajuste em seus ativos fixos em tempo adequado, o que permitiria que uma porção significativa dos credores da Petrobras acelerassem o pagamento dos débitos.”
No final de janeiro deste ano, a agência já havia rebaixado todas as notas da estatal de Baa2 para Baa3. Também na ocasião as investigações sobre corrupção, as dívidas e o atraso na divulgação de resultados financeiros auditados foram citados como motivo para o rebaixamento.
Quando fez o downgrade em janeiro, a Moody's alertou que os ratings permaneciam em perspectiva negativa, enquanto as investigações da Operação Lava-Jato continuavam a se desenrolar.