domingo, 1 de fevereiro de 2015

Ministro de Dilma ´trambique` reconhece derrota de Chinaglia e diz que presidente da Câmara ‘pode muito, mas não pode tudo’

Fernanda Krakovics - O Globo

‘O papel do ministro que faz a articulação política não é ser doce’, diz Pepe Vargas


Pepe Vargas, ministro das Relações Institucionais - André Coelho / Agência O Globo


O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) afirmou, neste domingo, que o presidente da Câmara “pode muito, mas não pode tudo”, em referência à eventual vitória do candidato do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ). O candidato apoiado pelo governo é o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

— O presidente pode muito, mas não pode tudo. Tem que aplicar o regimento — disse ele, que foi exonerado do ministério para assumir o mandato de deputado federal e reassume formalmente a articulação política do governo nesta segunda-feira.

Vargas minimizou a irritação de deputados do PP, PR, PTB e PRB com a pressão feita por ele para que apoiassem Chinaglia:

— O papel do ministro que faz a articulação política não é ser doce.

Deputados desses partidos afirmam que Vargas cobrou, “acima do tom”, dos ministros Gilberto Occhi (Integração Nacional), do PP; Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), do PR; Armando Monteiro (Desenvolvimento), do PTB; e George Hilton (Esporte), do PRB, que enquadrassem suas bancadas e apoiassem Chinaglia. Só o PR anunciou apoio ao petista.

— Eu falei no tom e no conteúdo que tinha que falar. Não desrespeitei ninguém. Não é bom que um partido que está no governo se some à oposição. Admissível é, tanto que aconteceu, mas para o governo não é bom.