Fernanda Krakovics - O Globo
‘O papel do ministro que faz a articulação política não é ser doce’, diz Pepe Vargas
O ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) afirmou, neste domingo, que o presidente da Câmara “pode muito, mas não pode tudo”, em referência à eventual vitória do candidato do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ). O candidato apoiado pelo governo é o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
— O presidente pode muito, mas não pode tudo. Tem que aplicar o regimento — disse ele, que foi exonerado do ministério para assumir o mandato de deputado federal e reassume formalmente a articulação política do governo nesta segunda-feira.
Vargas minimizou a irritação de deputados do PP, PR, PTB e PRB com a pressão feita por ele para que apoiassem Chinaglia:
— O papel do ministro que faz a articulação política não é ser doce.
Deputados desses partidos afirmam que Vargas cobrou, “acima do tom”, dos ministros Gilberto Occhi (Integração Nacional), do PP; Antonio Carlos Rodrigues (Transportes), do PR; Armando Monteiro (Desenvolvimento), do PTB; e George Hilton (Esporte), do PRB, que enquadrassem suas bancadas e apoiassem Chinaglia. Só o PR anunciou apoio ao petista.
— Eu falei no tom e no conteúdo que tinha que falar. Não desrespeitei ninguém. Não é bom que um partido que está no governo se some à oposição. Admissível é, tanto que aconteceu, mas para o governo não é bom.