terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Dilma, os empresários e a crise: nada mais previsível

Lauro Jardim - Radar - Veja



Dilma e empresários juntos em 2012
Dilma e empresários juntos em 2012

Hoje, Dilma Rousseff tem uma agenda vistosa, voltada para receber o grande empresariado nacional. Às 9h30, começa os trabalhos recebendo Abilio Diniz. Uma hora depois, será a vez de Cledorvino Belini, presidente da Fiat; e, no final do expediente, conversa com Jorge Gerdau, o barão do aço.
E o que significa isso?
Significa que Dilma vai querer demonstrar pela enésima vez que o seu governo quer ouvir os empresários, que está próxima de suas demandas.
No final das contas, este tipo de encontro tem  – ou ao menos tem tido – apenas efeitos midiáticos. Os empresários vão até ao palácio, dão algumas entrevistas – em tom sempre muito mais otimista, ou menos pessimista, do que falam quando não estão com um microfone diante da boca – mas nada passa muito disso.
De seis em seis meses, alguém do governo tem, em meio a alguma crise, a ideia de convidar os empresários para fazer esse papel (leia mais aqui ).  Infelizmente, nada de muito produtivo saiu dessas conversas até agora.
Talvez o motivo seja a desconfiança que um lado tem do outro.
Há, aliás, uma notável frase de Delfim Neto que resume isso à perfeição. Costuma dizer Delfim:
-  Os empresários acham que Dilma é comunista e a Dilma acha que todos são uns ladrões gananciosos. Nenhum dos dois está certo.
É evidente que é importante e desejável a presidente e os empresários se reunir. O problema é que elas nunca resultaram em nada.