Meire Poza afirmou que fato aconteceu em janeiro de 2014, dois meses
antes de Youssef ser preso. Advogado da OAS minimizou declaração.
Vídeo http://migre.me/ouAA5

Na Justiça, o processo da Operação Lava Jato segue ouvindo as testemunhas de acusação. Nesta quarta-feira (4), os depoimentos foram sobre o envolvimento da construtora OAS com a corrupção na Petrobras.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal, seis executivos e funcionários da OAS são acusados, entre outros crimes, de corrupção e lavagem de dinheiro.
As testemunhas ouvidas nesta quarta-feira (4) também prestaram depoimento na terça-feira (3) contra a Engevix.
Nesta quarta, a ex-contadora das empresas de Youssef, Meire Poza, fez novas revelações. Disse que em janeiro do ano passado, dois meses antes de ser preso, o doleiro levou uma mala de dinheiro para a construtora OAS.
“Essa vez em que eu estava com o Alberto ele estava levando uma mala e disse que tinha dinheiro dentro, mas eu não perguntei quanto”, disse Meire Poza.
O advogado da OAS minimizou a declaração de Meire Poza. “Ela afirmou que viu o Youssef levando dinheiro para a OAS. Ótimo. Ele não tirou. Ele levou. Que crime é esse?”, questionou Roberto Telhada.
Outro depoimento foi de Augusto Mendonça, da Toyo Setal. Ele fez acordo de delação premiada e, desde o início desta fase, foi ouvido em todas as audiências como testemunha de acusação. Na terça-feira (3), sobre a Engevix, Mendonça revelou detalhes sobre o funcionamento do cartel de empresas.
Augusto Mendonça: As empresas trocavam informações de modo a fazer uma lista das obras que a Petrobras deveria contratar num futuro próximo. A partir daí discutiam prioridades. Cada uma escolhia um determinado contrato.
Júlio Camargo, consultor da Toyo Setal, contou como era viabilizado o pagamento de propina destinada ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Júlio Camargo: Com Alberto Youssef. O Paulo indicava, havia uma tratativa com o Paulo sobre os valores que deveriam ser pagos e ato seguinte eu conversava com o Alberto sobre como operacionalizaríamos esse pagamento.
Os advogados de Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa não comentaram as declarações de Meire Poza e de Júlio Camargo.
O advogado de Paulo Roberto Costa entrou nesta quarta-feira (4) na Justiça com um pedido de perdão judicial para o ex-diretor alegando que a colaboração dele foi completa e eficaz - revelando o esquema de corrupção na Petrobras. Segundo o advogado, Paulo Roberto citou 28 políticos, entre deputados, senadores, ex-governadores e governador.